Em um despacho datado de 29 de abril de 2025, a Procuradoria-Geral do Município de Novo Repartimento determinou a suspensão do pagamento dos professores contratados para atuar nas escolas indígenas da Aldeia Parakanã, a partir de 1º de abril. A medida causou indignação entre educadores e representantes indígenas, que veem a decisão como um desrespeito à preparação para o ano letivo e um retrocesso no compromisso com a educação indígena.
A decisão, ignora que o planejamento pedagógico, o deslocamento até as aldeias e o preparo dos profissionais são fases fundamentais do exercício da docência — ainda mais em contextos de educação indígena, que exigem sensibilidade cultural, adaptação de conteúdo e contato prévio com as comunidades.
Além disso, não há qualquer menção, no despacho, sobre assistência ou logística para garantir o início das aulas nas aldeias, o que expõe uma possível negligência estrutural por parte do poder público municipal.
Despacho datado de 29 de abril:

A suspensão dos pagamentos sem uma alternativa clara evidencia o descaso com a educação nas comunidades tradicionais. A própria redação do despacho é problemática: o termo “professor toria”, repetido no ofício, parece um erro que sequer foi revisado antes da assinatura oficial — reflexo da falta de cuidado com o tema.
Em vez de criar condições para o início das aulas e o fortalecimento da presença educacional nas aldeias, a Prefeitura de Novo Repartimento opta por cortar salários de profissionais já contratados, ignorando os impactos sociais e educacionais disso para os povos indígenas.
Conclusão
O ato da Procuradoria é mais do que um erro administrativo — é uma demonstração de como a educação indígena ainda é tratada com desinteresse por gestores públicos. Professores são contratados, depois têm seus pagamentos suspensos por “falta de exercício”, quando o que falta, na verdade, é a estrutura que o próprio poder público deveria garantir.
Enquanto isso, as comunidades da Aldeia Parakanã seguem sem aula — e agora, sem professores com salário. A pergunta que fica é: quem realmente está falhando com a educação indígena em Novo Repartimento?