A sessão ordinária desta segunda-feira (22) na Câmara Municipal de Parauapebas foi marcada por tensão, gritos e declarações polêmicas. Durante o uso da tribuna, o vereador Zé da Lata saiu em defesa do prefeito Aurélio Goiano, seu filho, após críticas da vereadora Maquivalda de Parlamento quanto à nomeação de Natália Goiano — irmã do prefeito — como secretária de Governo (SEGOV).
A vereadora questionou a ética da nomeação, lembrando que o próprio Aurélio, enquanto vereador, chegou a dizer que iria “enterrar a SEGOV a 100 metros de fundura” e condenava com veemência a prática de indicar parentes para cargos públicos. Além disso, apontou que o atual gestor também nomeou sua esposa, Beatriz Barbosa, para a Secretaria da Mulher, ampliando as críticas à prática de nepotismo dentro da atual gestão.
Em resposta, Zé da Lata rebateu aos gritos: “O Aurélio nomeou ela não por ser irmã, mas sim por competência. Ou a senhora acha que ele ia colocar a irmã da senhora em um cargo de confiança?”
A fala, além de ofensiva, causou desconforto entre os presentes. O vereador ainda acusou antigos aliados políticos de desvio de recursos públicos, direcionando críticas ao passado.
“Aqui dentro dessa cidade foi tirada quase 500 milhões de reais , culpa daquele deputado que elegemos porque ele votou a favor de tirar o dinheiro de Parauapebas.”
Zé da Lata também afirmou que “a farra acabou”, referindo-se ao suposto esquema envolvendo o deputado estadual Ivaldo Braz, esposo de Maquivalda, que, segundo o vereador, teria beneficiado interesses pessoais durante sua atuação política.
Apesar da defesa enfática, a nomeação de Natália Goiano levanta questionamentos. Até o momento, não há informações públicas no site da Prefeitura sobre sua formação acadêmica, experiências técnicas ou qualificações que justifiquem sua indicação ao cargo estratégico de secretária de Governo.
Transparência e qualificação são exigências mínimas para o exercício da função pública, e a ausência de critérios claros reforça as suspeitas de favorecimento familiar, prática que o próprio prefeito condenava no passado.
A repercussão da fala de Zé da Lata nas redes sociais foi imediata, dividindo opiniões entre apoiadores e críticos da atual gestão. O episódio evidencia o desgaste político interno e a incoerência entre discurso e prática da atual administração municipal.