Visto de Alberto Kleiman, coordenador da COP30, é revogado pelos EUA por envolvimento em esquema de exploração de médicos cubanos.

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A preparação para a Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30), que ocorrerá em Belém, no Pará, enfrenta um novo revés após o Departamento de Estado dos EUA revogar o visto do coordenador-geral da COP30, Alberto Kleiman. A medida foi anunciada em 13 de agosto, juntamente com a revogação do visto de Mozart Julio Tabosa Sales, atual secretário de Atenção Especializada à Saúde. A decisão dos EUA está ligada às acusações de que ambos participaram de um esquema de exploração de médicos cubanos durante o programa Mais Médicos.

O Esquema Mais Médicos e as Acusações de Trabalho Forçado

As autoridades americanas afirmam que Kleiman e Sales foram cúmplices de um esquema que enriqueceu o regime de Cuba por meio da exportação de trabalho forçado. O programa Mais Médicos, criado em 2013, contratou profissionais de saúde de diversos países, incluindo Cuba, para atuar em áreas remotas e carentes do Brasil. O acordo era intermediado pela Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), onde Kleiman já atuou como diretor de Relações Externas.

Segundo as investigações americanas, o governo cubano ficava com a maior parte do salário dos médicos, que recebiam uma parcela irrisória, em torno de 15% do valor total. O comunicado oficial dos EUA descreve o Mais Médicos como um “esquema de exportação de trabalho forçado”, em que a OPAS teria gerenciado o repasse financeiro, retendo uma quantia significativa. As acusações sugerem que esse esquema financiou o regime cubano, violando os direitos humanos e trabalhistas dos profissionais de saúde. A ação dos EUA visa promover a responsabilização dos envolvidos.

O governo norte-americano afirmou que o esquema beneficiava “o corrupto regime cubano” e “privava o povo cubano de cuidados médicos essenciais”

COP30 e a Crise de Credibilidade

Este novo escândalo se soma a uma série de polêmicas que têm cercado a organização da COP30. Belém, a cidade-sede, tem enfrentado críticas pela falta de infraestrutura adequada, investigações de corrupção em obras e preços de hospedagem considerados abusivos. O evento, que tem o objetivo de promover o debate sobre justiça climática e a preservação da Amazônia, agora lida com questionamentos sobre a integridade de seus próprios organizadores.

A revogação do visto de Alberto Kleiman, uma figura central na coordenação do evento, levanta sérias dúvidas sobre a capacidade e a idoneidade da equipe responsável. A crise de credibilidade em torno da COP30 aumenta a pressão sobre as autoridades brasileiras para garantir que o evento seja conduzido com transparência e ética, a fim de não comprometer o legado que se pretende deixar para a região e para o país.

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