Um vídeo amplamente compartilhado em grupos de WhatsApp desde a noite de sábado (7) escancarou mais um caso de violência motivado por boatos e vingança pública em Marabá, sudeste do Pará. As imagens mostram duas mulheres agredindo fisicamente uma mãe e seu filho adolescente, em plena Avenida Brasília, no bairro São Miguel da Conquista.
Segundo relatos, o ataque foi desencadeado por um comentário atribuído à mulher agredida, que teria dito, em uma conversa informal, que uma das agressoras estaria se envolvendo com um homem casado. A fofoca teria motivado a reação violenta, que incluiu tapas, empurrões e insultos direcionados à vítima.
O vídeo mostra ainda o momento em que o filho adolescente tenta intervir para defender a mãe, mas também é agredido fisicamente. Uma das mulheres o segura com força pelo braço e o responsabiliza pela situação, afirmando que a confusão foi causada pela “língua” da mãe. Ao fim da gravação, uma terceira pessoa — que filmava a cena — ironiza: “Isso que dá fazer fofoquinha com o nome dos outros, meu amor.”
Apesar da brutalidade registrada, até o momento não há confirmação de boletim de ocorrência registrado pelas vítimas. O caso, contudo, levanta preocupações sobre a banalização da violência como forma de retaliação, cada vez mais exposta e incentivada nas redes sociais, muitas vezes sem a intervenção das autoridades legais.
Especialistas em segurança e direitos humanos alertam para os perigos da “justiça com as próprias mãos” e da exposição pública como instrumento de humilhação, que podem provocar traumas duradouros e perpetuar ciclos de violência.
A Delegacia Especializada de Atendimento à Criança e ao Adolescente (DEACA) e o Conselho Tutelar devem ser acionados para apurar o caso e garantir proteção ao menor envolvido. Até o momento, as identidades das agressoras não foram divulgadas oficialmente.