Viagens vão consumir quase R$ 4 milhões dos cofres de Parauapebas

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O cenário é de puro contraste entre a realidade do cidadão de Parauapebas e a rotina de gastos da gestão municipal. Entre janeiro e abril de 2025, a Prefeitura já pagou quase R$ 300 mil com passagens aéreas, valor referente às despesas já liquidadas e pagas à empresa WC Viagens e Turismo EIRELI . Mas o quadro é ainda mais grave: o total já empenhado com o mesmo serviço para este ano ultrapassa R$ 4 milhões 

A lista de despesas chama atenção pelo volume e pela pulverização dos gastos em praticamente todas as secretarias municipais. O Fundo Municipal de Saúde foi o campeão, com empenhos que ultrapassam R$ 159 mil em lançamentos repetidos. Secretarias como Educação, Obras, Administração, Turismo, Juventude, Produção Rural, Meio Ambiente, Cultura, Habitação e até o Fundo dos Direitos da Mulher também aparecem com valores expressivos, algumas ultrapassando a casa dos R$ 200 mil só neste início de ano.

O uso intenso desse tipo de despesa, mesmo com o processo licitatório regularizado via pregão, escancara um problema de gestão de prioridades. Em vez de atacar gargalos reais da cidade, a prefeitura opta por manter uma rotina de deslocamentos aéreos com valores que, se aplicados em políticas públicas, poderiam transformar setores inteiros.

Esses recursos são destinados à compra de passagens aéreas nacionais para servidores e membros de conselhos municipais, abrangendo praticamente todas as áreas da administração – Saúde, Educação, Obras, Turismo, Administração, Cultura, Meio Ambiente, Assistência Social e até setores como o gabinete do vice-prefeito, controladoria e procuradoria. Só o Fundo Municipal de Saúde concentrou empenhos que superam R$ 159 mil em poucos meses, mas há diversos empenhos superiores a R$ 100 mil por secretaria, incluindo contratos que ultrapassam a marca dos R$ 300 mil em algumas pastas.

É um ciclo que se repete: gastos altos e pulverizados entre os órgãos, muitos deles com valores semelhantes e para as mesmas finalidades. A maioria das contratações ocorreu via pregão eletrônico, mas parte dos empenhos utiliza a dispensa de licitação – amparada em lei, porém sempre suscetível a questionamentos sobre a real necessidade e transparência.

Diante do cenário, é impossível não questionar: qual o verdadeiro impacto dessas viagens?

Quem de fato se beneficia?

O cidadão, que espera por melhorias concretas, ou um grupo restrito de servidores e gestores públicos ?

É o tipo de gasto que passa despercebido pela maioria, mas pesa como poucos no caixa da prefeitura – e, no final das contas, no bolso do contribuinte.

Enquanto faltar transparência e responsabilidade, a tendência é que o dinheiro público siga voando… mas longe das prioridades do povo.

Fonte: Relatórios oficiais de despesas pagas e empenhadas da Prefeitura de Parauapebas em 2025  

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