Antes do maior esquema de corrupção da história de Canaã dos Carajás ser revelado pelo Ministério Público, o vereador Anderson Mendes já havia denunciado publicamente, em agosto de 2023, a existência de uma máfia bilionária que controlava as licitações da prefeitura e impedia empresas sérias de disputar contratos públicos no município.
Segundo relatos apresentados pelo parlamentar na tribuna da Câmara Municipal, empresários da cidade procuraram o vereador relatando que o Setor de Licitações da Prefeitura estaria promovendo empresas em processos licitatórios, combinando previamente os vencedores. Conforme a denúncia, a gestão decidia quem venceria os certames antes mesmo da abertura oficial, e quem se recusava a aderir ao esquema era sistematicamente excluído das concorrências.
Na ocasião, Anderson revelou detalhes do funcionamento do esquema: para participar e ser favorecido na execução das obras, o empresário precisava pagar propina a servidores e articuladores ligados à prefeitura. Empresas que não aceitavam a cobrança ficavam impossibilitadas de concorrer legalmente a contratos públicos em Canaã.
O vereador apresentou em plenário prints de conversas enviadas por empresários, onde supostos servidores cobravam abertamente valores para garantir a vitória em licitações. As mensagens deixavam claro o modelo criminoso, com valores definidos e promessas de facilitação no andamento dos processos.



Diante da gravidade, Anderson Mendes cobrou providências imediatas dos colegas parlamentares e solicitou a abertura de uma investigação sobre o caso. Apesar da denúncia pública e das provas exibidas, o episódio foi ignorado pela maioria dos vereadores e pela gestão municipal.
Agora, com o recente relatório do GAECO confirmando a existência da organização criminosa e resultando na denúncia de dezenas de pessoas, incluindo políticos, empresários e servidores públicos, o alerta feito em 2023 ganha nova dimensão. Mesmo assim, a prefeita Josemira Gadelha e os vereadores da base continuam sem se manifestar oficialmente sobre o escândalo.
Fonte: Portal Parauapebas