Em pleno segundo mandato, com quase cinco anos completos no comando da Prefeitura de Novo Repartimento, o prefeito Valdir Lemes (PSD) segue fiel ao mesmo roteiro: gastar milhões com aluguéis de imóveis particulares enquanto a cidade continua sem sedes próprias, sem escolas definitivas e sem qualquer obra estruturante entregue. A cereja do bolo veio agora em 2025: em vez de resolver o problema que ele mesmo perpetua há anos, Valdir enviou à Câmara Municipal um projeto de lei autorizando a venda de terrenos públicos do município. O projeto foi aprovado por maioria em sessão realizada no dia 30 de outubro de 2025 (Projeto de Lei nº 018/2025), oficializando a nova estratégia da gestão: vender o patrimônio da cidade para fazer caixa e continuar pagando aluguel.
A desculpa oficial é “fazer caixa”. A realidade é bem mais cruel: em vez de construir sedes próprias para secretarias, escolas e postos de saúde, a gestão prefere perpetuar o ciclo vicioso de locação, renovando contratos ano após ano e agora liquidando o patrimônio da cidade para continuar pagando contas que ela mesma criou.
Os números que envergonham: mais de R$ 372 mil só com alguns aluguéis em 2025
Documentos oficiais extraídos do Portal da Transparência da Prefeitura mostram que, até 21 de novembro de 2025, a gestão Valdir Lemes já desembolsou pelo menos R$ 372.700,00 apenas com seis contratos de locação de imóveis particulares:
- Hernandes Freitas Vaz → R$ 120.000,00 (sede da Secretaria Municipal de Educação – R$ 15 mil/mês)
- Ulysses Mamede Dias Paim → R$ 63.000,00 (Escola Castelinho do Pequeno Príncipe – R$ 7 mil/mês)
- Lilian Hanna Daher Benedetti → R$ 60.000,00 (Casa de Apoio em Belém-PA – R$ 6 mil/mês)
- Daniel Bento Vieira → R$ 60.000,00 (sede administrativa da Secretaria de Saúde – R$ 6 mil/mês)
- Marcos Alves Pimentel → R$ 40.000,00 (prédio do CAPS – Centro de Atendimento Psicossocial)
- João Jesus dos Santos → R$ 29.700,00 (Centro de Capacitação na Vila Tucuruí)
Cinco anos de mandato, maioria absoluta na Câmara, recursos de royalties, FPM e emendas parlamentares. Resultado: zero prédio público entregue. A Secretaria de Educação continua pagando R$ 15 mil por mês para funcionar em imóvel particular. A Secretaria de Saúde segue na mesma situação. Escolas são improvisadas em casas adaptadas. Até o CAPS e a Casa de Apoio em Belém são alugados.
Teve tempo, recurso e maioria na Câmara. Mas preferiu renovar aluguéis ano após ano em vez de construir um único prédio público que resolvesse o problema de uma vez. É a lógica do improviso elevado à categoria de política pública: Não constrói → continua pagando aluguel → precisa de dinheiro → vende terreno público → fica sem área para construir no futuro → volta a pagar aluguel.
A conta que o próximo prefeito vai pagar
Quando Valdir Lemes deixar o cargo em dezembro de 2028, Novo Repartimento estará mais pobre: menos terrenos públicos, as mesmas secretarias em prédios alugados, escolas improvisadas e milhões de reais literalmente jogados no bolso de meia dúzia de proprietários de imóveis.
Novo Repartimento não precisava de mais aluguel. Precisava de creches, escolas, postos de saúde e sedes administrativas próprias. Novo Repartimento não precisava vender seu patrimônio. Precisava de planejamento. Novo Repartimento não precisava de mais cinco anos de Valdir Lemes. Mas teve.
A população agora assiste, estarrecida, enquanto o prefeito transforma o futuro da cidade em notas de aluguel e leilão de terrenos públicos. E a pergunta que fica é simples: até quando?









