O trânsito de Parauapebas segue em alerta. Dados do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) e da Secretaria Municipal de Segurança e Defesa do Cidadão (Semsi) revelam que 2025 já registra quase o mesmo número de acidentes de todo o ano passado, com crescimento expressivo nos últimos meses.
De janeiro a 31 de julho, o Samu atendeu 917 ocorrências de trânsito, com picos em junho (171) e julho (185). Para efeito de comparação, em todo o ano de 2024 foram 1.004 registros. Ou seja, em apenas sete meses o índice já está no mesmo patamar do ano anterior.
Outro dado alarmante: 90% dos sinistros envolvem motociclistas — em colisões entre motos, contra pedestres, bicicletas, carroças ou veículos de maior porte. Dos 1.081 atendimentos realizados em 2025, 971 envolveram motocicletas.
Estrutura limitada e risco à vida
Segundo Manoel Carvalho, coordenador do Samu, os horários mais críticos são manhã, meio-dia e, principalmente, entre 18h e 20h. Além do alto volume de ocorrências, as equipes enfrentam dificuldades para se deslocar devido aos congestionamentos e à falta de colaboração de motoristas que não liberam passagem.
“Hoje, o trânsito é o grande nó do nosso atendimento. Muitas vezes estamos transportando pessoas em estado grave, e cada minuto pode salvar uma vida”, afirmou Carvalho.
O município conta com apenas duas ambulâncias completas para cobrir tanto a área urbana quanto a rural. Desde a implantação do Samu, em 2014, o número de atendimentos nunca apresentou queda, acompanhando o crescimento populacional e da frota de veículos.
Mortes e casos emblemáticos
Somente neste ano, 12 pessoas já morreram em acidentes de trânsito em Parauapebas, segundo a Semsi. Um caso emblemático ocorreu no cruzamento da PA-275 com a PA-160, quando uma ambulância do Samu, retornando de atendimento, foi atingida por um motociclista supostamente embriagado, mesmo com o sinal verde e sirene ligada.
Além dos acidentes, o Samu também atua em casos clínicos, psiquiátricos, obstétricos e em ocorrências externas, totalizando quase 3 mil atendimentos anuais. Mas o descuido no trânsito é o fator que mais sobrecarrega a estrutura.
O serviço reforça que o acionamento deve ser feito pelo número 192 e faz um apelo à população: mais cortesia, atenção e responsabilidade nas ruas.
“Os motoristas precisam trafegar pela direita, deixar a faixa da esquerda livre e dar passagem imediata para veículos de urgência”, reforçou Carvalho.