Suspeita de fraude e risco à saúde: filha e genro do prefeito Valdir Lemes se formam em Medicina sob questionamentos de irregularidades

A população teme ser atendida por profissionais cuja formação médica pode ter sido comprometida por irregularidades administrativas e possíveis privilégios políticos.
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A população de Novo Repartimento está em alerta diante de um caso que levanta sérias dúvidas sobre ética, transparência e responsabilidade na gestão municipal. A filha e o genro do prefeito Valdir Lemes Machado, recém-formados em Medicina, estão atuando no atendimento médico da rede pública municipal, mesmo tendo cursado a graduação em Marabá enquanto exerciam cargos de dedicação exclusiva na prefeitura.

Segundo relatos de servidores, moradores, documentos oficiais e publicações, a filha do prefeito, Ana Karoline de Almeida Machado, exerceu o cargo de secretária municipal durante todo o período em que cursava Medicina em Marabá, cidade distante cerca de 200 quilômetros de Novo Repartimento.
Já o genro do prefeito permaneceu no cargo de procurador do município por vários anos enquanto também realizava o curso de Medicina, levantando questionamentos sobre a compatibilidade entre as funções públicas e a formação acadêmica.

A principal dúvida é clara e legítima:

Como foi possível cursar Medicina presencialmente em outra cidade enquanto ocupavam cargos de dedicação exclusiva na Prefeitura?

O problema da incompatibilidade

Cargos de dedicação exclusiva exigem que o servidor exerça suas funções de forma integral, sem possibilidade de acumular outras atividades, muito menos uma graduação presencial em outro município. Caso se confirme que os dois cursaram Medicina presencialmente durante o período em que atuavam na gestão municipal, há fortes indícios de irregularidade administrativa, que podem configurar improbidade, nepotismo e até falsidade ideológica se houver registros de frequência incompatíveis com a realidade.

Além disso, se o curso tiver sido EAD (Educação a Distância), o que é improvável na área da saúde, surge outro questionamento: como foi possível obter diploma médico em uma modalidade não reconhecida para Medicina?

Risco à credibilidade da saúde pública

A população agora teme que a qualidade do atendimento médico esteja sendo comprometida por questões políticas. A formação médica exige prática intensiva, estágios supervisionados e presença constante, e qualquer irregularidade nesse processo pode colocar vidas em risco.

“O problema não é só político, é ético e técnico. A saúde pública não pode ser palco de favorecimento familiar”, desabafou uma enfermeira da rede municipal.

A população de Novo Repartimento merece ser atendida por médicos devidamente qualificados, formados dentro da lei e com transparência total sobre sua trajetória acadêmica.

Enquanto a Prefeitura não apresentar provas e esclarecimentos concretos, a dúvida permanece:
como a filha e o genro do prefeito conseguiram se formar em Medicina enquanto exerciam cargos públicos de dedicação exclusiva em Novo Repartimento?

Nepotismo e conflito de interesse

O caso reacende o debate sobre nepotismo e favorecimento familiar dentro da Prefeitura. A nomeação de parentes do prefeito para cargos estratégicos já vinha sendo criticada por moradores, e agora, com a formação médica dos dois, a polêmica cresce ainda mais.

Há também o temor de que os novos médicos passem a atuar no sistema de saúde municipal, o que geraria conflito de interesse direto, já que seriam subordinados, em última instância, à gestão do próprio familiar. Nas redes sociais e nos grupos locais, o clima é de revolta. Moradores pedem transparência, investigação e posicionamento oficial da Prefeitura sobre como o casal conseguiu se formar conciliando dois compromissos tão exigentes.

“A gente quer saber se estudaram mesmo, ou se só assinaram o ponto e apareceram nas fotos de formatura. Isso é sério, é com a saúde da população”, comentou uma moradora indignada.

O caso exige respostas imediatas do poder público e, se necessário, intervenção dos órgãos de controle, como o Ministério Público do Estado e o Tribunal de Contas dos Municípios.

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