Mesmo sendo alvo de investigação do Ministério Público do Pará (MPPA) por envolvimento em um dos maiores esquemas de corrupção já revelados em Canaã dos Carajás, o atual secretário de Governo, Adam Carlos Amorim, continua assinando contratos públicos milionários. O caso ganhou repercussão após o Grupo de Atuação Especial no Combate ao Crime Organizado (GAECO) detalhar, em denúncia oficial, a participação de Adam no esquema de fraudes em licitações, corrupção ativa, corrupção passiva e lavagem de dinheiro.
Segundo o Ministério Público, Adam Amorim teria recebido propinas para liberar medições fraudulentas de contratos relacionados às empresas ISO Engenharia e ao Consórcio Ravi. Conversas interceptadas por escutas telefônicas autorizadas pela Justiça apontam que os empresários Ismael Souza e Romário Ribeiro, beneficiários de contratos públicos, tratavam diretamente com Adam e o ex-pregoeiro Douglas Santana sobre os pagamentos ilícitos.
Mesmo diante das provas, Adam Carlos permanece no comando de uma das secretarias mais estratégicas da gestão municipal, responsável justamente por controlar os processos administrativos e contratuais da Prefeitura. Documentos recentes obtidos pelo Canal PBS comprovam que o secretário segue assinando novas ordens de serviço, contratos e aditivos, movimentando recursos públicos mesmo após ter sido citado na investigação.
Contrato de R$ 8,895 milhões assinado por Adam.

Ambiente de corrupção institucionalizada
A denúncia do GAECO descreve um ambiente de corrupção tão enraizado na máquina pública de Canaã dos Carajás que acabou por afastar empresas sérias do município. Segundo o Ministério Público, as fraudes licitatórias, o direcionamento de contratos e o pagamento de propinas tornaram o processo de contratação pública um jogo de cartas marcadas.
Empresas locais, com capacidade técnica e legal para prestar serviços, simplesmente desistiram de disputar licitações na cidade, por já saberem que os vencedores eram escolhidos antecipadamente, com base em interesses de agentes políticos e empresários aliados.
Nome político também surge nas investigações
Além de Adam Carlos, outro nome que chama atenção na denúncia é o do atual presidente da Câmara Municipal, vereador Flávio Gomes de Souza, que agora tenta adotar o nome político de “Flávio Gadelha“, numa estratégia para se aproximar da prefeita Josemira Gadelha e tentar reverter o desgaste de imagem.

O Ministério Público aponta que Flávio também teria recebido vantagens ilícitas por meio de contratos direcionados, incluindo locações de veículos por meio de empresas controladas por terceiros.
Silêncio da Prefeitura
Até o fechamento desta matéria, a Prefeitura de Canaã dos Carajás não se manifestou oficialmente sobre a permanência de Adam Carlos no cargo, nem sobre as acusações que pesam contra ele e outros servidores municipais.
A manutenção de investigados em cargos estratégicos e com poder de decisão sobre o uso de dinheiro público levanta questionamentos sobre a falta de compromisso da atual gestão com a moralidade administrativa.
Contrato de R$ 1 milhão assinado por Adam.

Contrato de R$ 8,850 milhões assinado por Adam.
