A Polícia Federal prendeu, nesta quinta-feira (24), o fazendeiro Marlon Lopes Pidde, condenado a 105 anos de prisão pelo massacre de cinco trabalhadores rurais na chamada Chacina da Fazenda Princesa, ocorrida em 1985, em Marabá, sudeste do Pará. Foragido há décadas, Pidde foi localizado em São Paulo após uma força-tarefa que atendeu a pedidos da Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) da Organização dos Estados Americanos (OEA) e do Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania.
Segundo a Polícia Federal, o fazendeiro foi detido na capital paulista, onde vivia com identidade falsa. Após a prisão, ele foi encaminhado à Superintendência Regional da PF em São Paulo e ficará à disposição da Justiça do Pará para cumprimento da sentença.
Crime brutal que chocou o Brasil
O fazendeiro foi julgado e condenado pela morte de cinco trabalhadores rurais que ocupavam a Fazenda Princesa, em Marabá. As vítimas foram sequestradas em suas casas, amarradas, torturadas por dois dias e executadas a tiros. Os corpos foram amarrados a pedras e jogados no rio Itacaiúnas, sendo encontrados mais de uma semana depois do crime. O caso ganhou repercussão nacional e internacional, tornando-se símbolo da violência no campo e da luta por direitos humanos e reforma agrária no Brasil.
Histórico de fugas
Marlon Pidde já havia sido preso em 2006, também em São Paulo, sob identidade falsa, mas foi libertado em 2011 por decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ), que alegou excesso de prazo para julgamento. Em 2014, foi condenado pelos homicídios, mas voltou a fugir.
Agora, com a nova prisão, a expectativa é de que, quase 40 anos após o crime, Marlon Pidde finalmente cumpra a pena imposta pela Justiça. O caso permanece como um dos mais emblemáticos da história dos conflitos agrários no Brasil.
📷 Foto:Divulgação PF