PF desmantela fraude na merenda em Marabá: R$ 14 milhões desviados de crianças

O esquema revelou que o dinheiro que deveria garantir alimentação escolar virou fonte de enriquecimento ilícito. Estudantes ficaram à mercê de refeições precárias, enquanto gestores e atravessadores inflavam contratos fictícios.
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A Polícia Federal (PF) deflagrou nesta terça-feira (26) a Operação Fake Farmers, desmascarando um esquema de corrupção que drenou R$ 14 milhões dos cofres públicos em contratos de merenda escolar em Marabá, entre 2020 e 2024. O caso, ocorrido na gestão municipal anterior, expõe de forma brutal como dinheiro que deveria alimentar crianças foi parar no bolso de políticos e atravessadores.

O esquema: agricultores fantasmas e papelada fria

Segundo as investigações, o grupo criminoso usava uma cooperativa ligada à Secretaria Municipal de Educação para fraudar o Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE).

  • Foram criadas Declarações de Aptidão ao PRONAF (DAPs) em nome de pessoas sem nenhuma ligação com agricultura familiar.
  • A documentação falsa servia para simular a compra de produtos agrícolas e justificar o recebimento da verba federal.
  • Na prática, milhões foram desviados sem que alimentos de fato chegassem às escolas.

O resultado? Crianças mal alimentadas, escolas recebendo merenda de péssima qualidade ou, em muitos casos, sem nada.

Ação da PF: bens bloqueados e material apreendido

A operação cumpriu quatro mandados de busca e apreensão e determinou o bloqueio de mais de R$ 13 milhões em bens dos investigados.
Todo material apreendido será periciado. Os suspeitos podem responder por estelionato qualificado, falsidade ideológica e associação criminosa.

Casos como esse não são novidade. Em vários municípios do estado, a merenda escolar já virou moeda de troca política e terreno fértil para quadrilhas.
Enquanto a propaganda oficial fala de “compromisso com a educação”, a realidade é que crianças em situação de vulnerabilidade são as principais vítimas da corrupção.
Pais denunciam que, em muitos períodos, os alunos recebiam apenas arroz, feijão e, quando muito, uma mistura mal feita.

A fraude é ainda mais grave porque atinge um dos setores mais sensíveis: a alimentação de estudantes da rede pública.
Desviar dinheiro da merenda é, no mínimo, um crime de lesa-pátria. Não é apenas corrupção: é condenar milhares de crianças à desnutrição e ao fracasso escolar.

O que esperar?

A pergunta que fica é: haverá punição exemplar ou mais uma vez veremos o roteiro clássico da impunidade?

  • Desvio milionário.
  • Operação cinematográfica.
  • Manchetes de impacto.
  • E depois, tudo cai no esquecimento.

Enquanto isso, a imagem de Marabá fica manchada, e a população continua sem respostas concretas.

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