Os dados oficiais da Prefeitura Municipal de Parauapebas revelam uma escalada nos gastos públicos sob a gestão de Aurélio Goiano em 2025. Somente com diárias de viagens, o município desembolsou R$ 1.646.255,58, beneficiando o próprio prefeito e dezenas de servidores com deslocamentos frequentes para cidades como Belém, Brasília, Belo Horizonte e Ourilândia do Norte — muitas vezes com justificativas repetitivas e genéricas, como “participar de reuniões” ou “cumprir agenda institucional” .
O prefeito Aurélio Goiano, inclusive, aparece diversas vezes entre os beneficiários diretos: recebeu R$ 6.400,00 em diárias apenas entre janeiro e fevereiro, em viagens para Belo Horizonte, Belém e Brasília, segundo o relatório contábil da própria prefeitura .
Paralelamente, os gastos com passagens e locomoção ultrapassaram R$ 4,7 milhões em 2025, beneficiando principalmente a empresa Biatour Agência de Viagens EIRELI (CNPJ 04.325.233/0001-15), contratada de forma continuada por meio de pregão desde 2020.
Somente neste ano, a Biatour recebeu mais de R$ 4,6 milhões, segundo os registros oficiais da contabilidade municipal .
As despesas incluem passagens aéreas, remarcações e “atendimentos remotos”, mas os documentos mostram ausência de detalhamento sobre quem viajou, o motivo e o resultado das viagens. Em alguns casos, há empenhos repetidos no mesmo dia e para o mesmo contrato, com valores de R$ 11 mil, R$ 12 mil e até R$ 30 mil pagos em sequência.
Câmara Municipal também abusa de recursos
A Câmara Municipal de Parauapebas, presidida por vereadores aliados do governo, também pesa nos cofres públicos.
Em 2025, gastou R$ 333.364,97 com passagens apenas com a empresa WC Viagens e Turismo Ltda. (CNPJ 13.480.254/0001-04) — a mesma contratada nos anos anteriores por “carona de contrato” .
Além disso, o Legislativo pagou R$ 184.054,01 em diárias, muitas delas para viagens políticas e eventos promocionais de pouca relevância prática .
Entre os destinos preferidos estão Belém, Brasília e Marabá, com vereadores participando de congressos, encontros e “audiências” que frequentemente se sobrepõem às agendas institucionais do Executivo — evidenciando o uso de recursos públicos para turismo político travestido de capacitação.
Ausência de transparência e prioridade
Enquanto os cofres públicos financiam viagens, hospedagens e passagens de luxo, Parauapebas enfrenta uma crise nos serviços básicos — da saúde à infraestrutura. A falta de investimentos diretos em saneamento, escolas e segurança contrasta com o fluxo milionário de dinheiro em despesas de deslocamento.
A soma das quatro categorias de gastos (diárias e passagens da Prefeitura e da Câmara) ultrapassa R$ 6,9 milhões apenas em 2025, o que representa um custo médio mensal de R$ 860 mil em deslocamentos pagos com dinheiro público.
A gestão de Aurélio Goiano se distancia da austeridade e da promessa de moralização administrativa que marcou seu discurso político. O que os números revelam é um governo inchado em viagens, favorecimento de empresas e vereadores, enquanto a população continua enfrentando estradas esburacadas, escolas precárias e unidades de saúde sem estrutura.
O uso indiscriminado de diárias e passagens virou o símbolo de uma administração gastadora, sem transparência e sem foco no cidadão — uma contradição gritante em uma cidade que arrecada bilhões em royalties da mineração, mas continua convivendo com gestão pública de mentalidade provinciana.
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