Parauapebas entre as 50 cidades mais violentas do Brasil, segundo Atlas da Violência 2024

Município ocupa a 47ª posição no ranking nacional; Marabá está ainda mais acima, em 26º lugar
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Parauapebas aparece mais uma vez em destaque negativo no Atlas da Violência 2024 – Retrato dos Municípios Brasileiros, elaborado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) em parceria com o Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP). O município, conhecido como Capital do Minério, ocupa a 47ª posição entre as 50 cidades com mais de 100 mil habitantes mais violentas do Brasil, com uma taxa de 48,5 homicídios por 100 mil habitantes em 2022.

Outro município do sudeste do Pará, Marabá, surge ainda mais acima no ranking, na 26ª posição, com 53,3 homicídios por 100 mil habitantes, reforçando o alerta para a escalada da violência na região.

Pará fora do Top 10 mais violentas, mas problemas persistem

Apesar dos índices elevados, o levantamento de 2024 traz um dado que representa um possível avanço: nenhum município do Pará figura entre as 10 cidades mais violentas do Brasil. Trata-se de um recuo significativo quando comparado a dados anteriores. Em 2019, com base em registros de 2017, 10 cidades paraenses apareceram entre as mais violentas do país: Altamira, Marituba, Marabá, Ananindeua, Tucuruí, Belém, Parauapebas, Paragominas, Tailândia e Abaetetuba.

A presença massiva de municípios paraenses no ranking de 2017 evidenciava uma realidade alarmante, marcada por conflitos fundiários, tráfico de drogas, avanço de facções criminosas e criminalidade urbana, sobretudo no interior do estado.

Sudeste paraense sob tensão

Mesmo com a exclusão do Pará da lista das 10 piores cidades, os números apontam que o sudeste do estado permanece em alerta. Parauapebas e Marabá, dois dos maiores polos urbanos e econômicos da região, continuam sofrendo com altas taxas de homicídio, resultado de um modelo de crescimento desordenado, agravado por disputas territoriais, mineração predatória, ocupações irregulares e ausência de planejamento urbano.

A concentração populacional, a desigualdade social e a pressão sobre os sistemas de segurança pública contribuem para esse cenário persistente de violência.

50 municípios concentram metade dos homicídios do país

Outro dado impactante do relatório é que apenas 50 municípios brasileiros concentraram metade de todos os homicídios estimados no país em 2022. Isso revela uma profunda desigualdade na distribuição da violência letal, com territórios periféricos, desassistidos pelo Estado, carregando o peso das mortes violentas.

Estrutura frágil e desafios estruturais

O Atlas aponta que os altos índices de violência no interior da região Norte estão diretamente ligados à fragilidade institucional, ausência de políticas públicas integradas, ações criminosas ligadas ao desmatamento, garimpo ilegal, além da presença de facções e milícias armadas. No caso específico de Parauapebas, a explosão demográfica resultante do ciclo de mineração ampliou os desafios de segurança, saneamento, moradia e mobilidade urbana.

Mesmo fora do topo do ranking, Parauapebas continua figurando entre os municípios mais violentos do Brasil, sinalizando a necessidade urgente de investimentos em segurança pública, prevenção, educação e justiça social para conter a criminalidade e proteger sua população.

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