Parauapebas enterra mais de R$ 100 milhões em obras e os buracos continuam

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Mesmo após um rombo de R$ 104 milhões em gastos com obras de infraestrutura apenas entre janeiro e maio de 2025, os moradores de Parauapebas seguem enfrentando lama, poeira e buracos reabertos por toda a cidade. O que era para ser solução virou problema reincidente, com o dinheiro público escorrendo pelo ralo — ou melhor, pelas crateras.

O levantamento realizado com base em documentos oficiais do Portal da Transparência e planilhas internas, revelou que:

  • R$ 29 milhões foram destinados ao pagamento de dívidas herdadas da gestão anterior;
  • R$ 52,2 milhões foram pagos a empresas contratadas pela gestão atual até o dia 7 de maio;
  • Outros R$ 23,4 milhões estão empenhados, liquidados e apenas aguardando o “PIX” da prefeitura.

Isso totaliza R$ 104 milhões movimentados em apenas quatro meses e uma semana, com uma média de mais de R$ 13 milhões por mês. No entanto, moradores relatam que asfalto recém-aplicado já cedeu e que as promessas de recuperação viária foram esquecidas.

A insatisfação é tão evidente que o próprio prefeito Aurélio Goiano já declarou publicamente: “Buraco não é Sonrisal”. A fala vem após ele admitir ter errado ao prometer que taparia todos os buracos da cidade nos três primeiros meses de mandato. A frustração da população é visível — e audível nas redes sociais, que têm viralizado com vídeos de ruas abandonadas e obras malfeitas.

Dispensa de licitação levanta suspeitas

Dois contratos chamam atenção pela rapidez, valor elevado e falta de licitação:

  • ALL Locação LTDA (CNPJ 09.570.551/0001-65) – R$ 6.746.521,67
  • PaviFênix – Julian Graziano Sartoretto LTDA (CNPJ 25.155.908/0001-03) – R$ 9.851.973,26

Essas duas empresas, sozinhas, já acumulam mais de R$ 16 milhões em valores a receber, mesmo com poucos dias de atuação prática, segundo os dados. Ambas foram contratadas por dispensa de licitação, o que exige máxima atenção dos órgãos fiscalizadores diante da velocidade com que esses recursos foram empenhados.

Mesmo com cifras que ultrapassam R$ 100 milhões, a população não vê resultado: bairros continuam com ruas esburacadas, falta de drenagem, ruas intransitáveis durante chuvas e ausência de fiscalização adequada nas obras entregues.

O Canal PBS reforça seu compromisso com a verdade e a fiscalização do dinheiro público. Novos levantamentos sobre contratos, empresas e medições de obras continuarão sendo publicados. A população tem o direito de saber quem está ganhando, quanto está recebendo e por que a cidade continua sofrendo.

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