A Assembleia Legislativa do Pará (Alepa) autorizou um novo empréstimo de R$ 79,5 milhões com garantia da União, elevando o endividamento total do estado para a marca de R$ 21,7 bilhões. A aprovação, em 19 de agosto de 2025, reacendeu um debate crítico sobre a transparência e a responsabilidade fiscal do governo.
A dívida de R$ 21,7 bilhões é o resultado da soma de diversas operações de crédito autorizadas desde 2019, incluindo um recente empréstimo de US$ 15 milhões junto ao Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), que se converteu em cerca de R$ 77 milhões.
Apesar da defesa do governo de que os recursos são essenciais para projetos de infraestrutura, saúde e saneamento, a oposição e analistas alertam para a falta de detalhamento sobre o destino da verba. O novo empréstimo foi aprovado com votos contrários de apenas três deputados: Rogério Barra, Coronel Neil e Lívia Duarte.
Dívida Crescente e a Realidade nas Ruas
A crescente dívida de R$ 21,7 bilhões pressiona a arrecadação futura do estado e, no final, impacta diretamente o bolso do cidadão. Enquanto a conta dos juros cresce, a população continua enfrentando problemas crônicos. Em bairros da periferia, como a Vila da Barca, as denúncias de falta de infraestrutura, como esgoto a céu aberto, transporte público deficiente e a luta diária por empregos, persistem.
A narrativa oficial de que os empréstimos são para o desenvolvimento contrasta com a realidade vista nas ruas. A oposição e setores da sociedade civil questionam quando, de fato, os benefícios desses bilhões em dívida chegarão àqueles que mais precisam.
Em suma, enquanto a dívida do Pará acelera, a percepção é de que a responsabilidade e os juros continuam caindo no colo do cidadão comum, sem um plano fiscal claro ou resultados concretos na melhoria da qualidade de vida da população.
Balanço
- A dívida de R$ 21,7 bilhões tá crescendo. Quer dizer, ela não some, fica lá e pressiona a arrecadação futura.
- O discurso do governo: “é pra infraestrutura, saúde, saneamento, cultura…” Ok… Mas faltou transparência e plano claro. Resultado: uma “caixa-preta”.
- Enquanto isso, o povo segue lidando com fila pra emprego, transporte ruim, esgoto a céu aberto — especialmente na periferia, como foi denunciado na Vila da Barca.
“Tamo aqui quebrados, tentando fazer salário dar. E os caras pegando empréstimo atrás de empréstimo. A dívida tá no modo turbo, mas quem paga é o povo. Sem plano real, só ‘porra, é pro povo’, mas nada muda de verdade. Quando é que o Pará vai sair dessa vibe de governo gastão e olhar pra real, pro futuro do povo?”
Preocupação com o Cidadão
O deputado Rogério Barra criticou a sequência de empréstimos, afirmando que já perdeu a conta de quantos bilhões o governo paraense já contraiu. “A consequência será o aumento da carga tributária lá na frente”, disse o deputado, ressaltando que a “bomba vai explodir no colo das futuras gerações”.
A deputada Lívia Duarte foi na mesma linha, definindo a aprovação como um “cheque em branco” para o governo. Ela questiona a falta de transparência e de um plano claro de aplicação dos recursos, o que, para ela, cria uma “caixa-preta” fiscal.
A preocupação é compartilhada pelo senador Zequinha Marinho, que aponta uma contradição. Mesmo com um aumento significativo na arrecadação do estado em 2024, que saltou de R$ 46,7 bilhões para R$ 55,5 bilhões, o governo continua recorrendo a empréstimos.