A administração municipal de Novo Repartimento, liderada pelo prefeito Valdir Lemes Machado, está no centro de uma nova polêmica que reacende o debate sobre o uso da máquina pública para favorecimento familiar. O caso da filha do gestor, Ana Karoline de Almeida Machado, que ocupa cargos de confiança desde o início do mandato e agora acumula funções, tem gerado questionamentos sobre nepotismo e a falta de transparência na gestão.
Desde o primeiro mandato de Valdir Lemes Machado, Ana Karoline aparece em portarias oficiais ocupando cargos de confiança. Em 2021, ela foi nomeada como Secretária Municipal de Gabinete, através da Portaria nº 0001/2021 Já em 2025, foi novamente beneficiada com a nomeação para o cargo de Secretária de Cultura e Turismo, por meio da Portaria nº 0008/2025 .
Formada em Medicina, Agora Atua em Duas Frentes
Em 2025, Ana Karoline concluiu sua graduação em Medicina. O problema é que, mesmo formada, ela continuou a exercer o cargo de secretária municipal enquanto já atua também como médica em um posto de saúde de Novo Repartimento. Ou seja, recebendo pelas duas funções — uma situação que fere princípios básicos da administração pública e pode configurar acúmulo ilegal de cargos ou funções remuneradas.
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O caso evidencia um problema estrutural da gestão Valdir Lemes: a utilização da máquina pública para favorecer familiares. A nomeação da própria filha, já em seu primeiro mandato, reforça um quadro de nepotismo. Agora, com a dupla atuação de Ana Karoline — como secretária e médica — a situação se agrava, alimentando críticas de que a prefeitura se tornou um espaço de privilégios pessoais.
Enquanto cidadãos de Novo Repartimento enfrentam problemas em áreas essenciais como saúde, saneamento e infraestrutura, os recursos públicos são direcionados para manter cargos políticos que atendem a interesses familiares. O caso de Ana Karoline se soma a outros episódios que colocam em xeque o compromisso da atual gestão com a moralidade administrativa.
Ana Karoline, filha do prefeito Valdir Lemes, foi nomeada secretária desde 2021, cursou Medicina em Marabá enquanto recebia salário público, se formou em 2025 e hoje acumula a função de secretária e médica, levantando suspeitas de nepotismo, acúmulo ilegal de cargos e desvio de finalidade no uso do dinheiro público.
Detalhes sobre o período na Secretaria de Gabinete:
Documentos e folhas de pagamento revelam que, enquanto ocupava o cargo de secretária de gabinete com um salário bruto de R$ 11 mil, Ana Karoline cursava Medicina em período integral na FACIMPA, em Marabá, a cerca de 200 km de distância de Novo Repartimento. A carga horária prevista para sua função na Prefeitura era de 40 horas semanais, exigindo presença diária. No entanto, registros acadêmicos, como listas de presença e trabalhos, indicam que ela estava ativamente em Marabá.(Veja a matéria completa com os documentos aqui)
Apesar de supostamente não cumprir a carga horária integral exigida, a folha de pagamento mostra que ela recebeu por 30 dias de trabalho, com um salário líquido de R$ 8.193,81. Essa situação levantou revolta entre a população e servidores, que veem um aparente uso indevido de um cargo público para benefício pessoal, enquanto servidores efetivos com dedicação comprovada recebem salários muito inferiores.
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O Caso do Genro do Prefeito:
Outro caso que intensificou a polêmica envolvendo a gestão de Valdir Lemes foi a nomeação de seu genro, Geovam Natal Lima Ramos, como Procurador Municipal em 1º de janeiro de 2021. A nomeação gerou críticas imediatas por se tratar de um caso evidente de nepotismo, agravado pelo salário de R$ 18.020,00, superior ao do próprio prefeito.
As denúncias de nepotismo e irregularidades se tornaram ainda mais fortes com a revelação de que Geovam, assim como sua esposa Ana Karoline, também estudava Medicina em período integral em Marabá. A situação de ambos com dedicação exclusiva ao curso universitário, enquanto recebiam altos salários do município, gerou indignação.
Em 27 de junho de 2023, diante da repercussão dos escândalos e da investigação do Ministério Público, o Procurador Geovam Ramos pediu exoneração do cargo. O Ministério Público de Novo Repartimento já havia iniciado uma investigação, considerando as nomeações do genro e da filha do prefeito como nepotismo, incompatível com a legislação.
A percepção de que a administração pública de Novo Repartimento se tornou um espaço de privilégios e favorecimentos. Enquanto a população enfrenta problemas crônicos, a nomeação de familiares para cargos estratégicos evidencia uma possível utilização de recursos públicos para manter privilégios da elite política local.
A falta de transparência e de respostas oficiais por parte da Prefeitura agrava a situação e alimenta a desconfiança da população. Juristas e opositores apontam que o caso pode configurar acúmulo ilegal de funções públicas e nepotismo, violando a Lei e os princípios constitucionais.
Os casos da filha e do genro do prefeito Valdir Lemes Machado expõem as fragilidades da gestão municipal e a necessidade de fiscalização e transparência. A população de Novo Repartimento espera que as autoridades competentes e a própria gestão se manifestem, esclarecendo as acusações e garantindo que a administração pública seja feita com honestidade, impessoalidade e em benefício de toda a comunidade. O Ministério Público continua acompanhando de perto a situação para garantir o cumprimento das leis e coibir práticas de nepotismo.
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Fonte: Documentos oficiais da prefeitura de Novo Repartimento

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