Um cenário de abandono e insegurança tem tirado o sossego dos moradores da Rua Jamaica, em Parauapebas. Desde abril, parte do muro do Cemitério Jardim da Saudade — localizado na Rodovia Faruk Salmen, próximo ao Centro de Tradições Gaúchas (CTG) — permanece destruída, sem qualquer sinal de reparo imediato. A estrutura foi danificada por um caminhão de grande porte e, segundo denúncias encaminhadas ao Canal PBS, o local passou a ser usado como esconderijo e ponto de consumo de entorpecentes.
“Todo mundo da rua já viu gente pulando ali, escondendo coisa. Já teve até assalto e disseram que foi alguém que estava escondido no buraco. À noite, então, é um perigo só”, relatou um morador que preferiu não se identificar por medo de represálias.
Risco constante
A abertura no muro, de grandes proporções, tornou-se um ponto vulnerável. Moradores relatam que, após o pôr do sol, é comum ver movimentações suspeitas na área. “Tem gente entrando ali direto. Às vezes é só pra usar droga, às vezes é pior. A gente tem medo até de passar por ali”, comentou uma moradora da Rua Jamaica.
Além da proximidade com o CTG, o trecho está cercado por residências, o que agrava ainda mais a preocupação dos vizinhos quanto à segurança e ao risco de novas ocorrências criminais.
Resposta da Prefeitura
Prefeitura de Parauapebas, por meio da Assessoria de Comunicação (Ascom), informou que a administração municipal tem ciência da situação. Em nota, a Secretaria Municipal de Serviços Urbanos (Semurb) declarou que já iniciou os trâmites para a restauração do muro e que a previsão de conclusão das obras é até o dia 2 de novembro — data do Dia de Finados.
Enquanto os reparos não são executados, a Prefeitura afirmou que a Guarda Municipal realiza rondas constantes no local, em parceria com a Secretaria Municipal de Segurança Institucional e Defesa do Cidadão (Semsi), para tentar coibir ações criminosas e garantir a integridade do espaço.
A nota encerra com a reafirmação do compromisso da gestão com a preservação dos espaços públicos e o respeito à memória dos entes sepultados no local.
Realidade exposta
Mesmo com o posicionamento oficial, o fato é que o buraco permanece aberto há mais de três meses, servindo como brecha para a criminalidade em plena área urbana de Parauapebas. Os moradores esperam que, além da promessa de restauração, haja celeridade nas ações, pois a sensação de abandono e medo é diária.
A pergunta que fica: será preciso esperar até novembro para resolver um problema que expõe a população ao risco todos os dias?