MST ocupa Estrada de Ferro Carajás em Parauapebas e paralisa circulação de trens da Vale

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O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) iniciou, nas primeiras horas desta quinta-feira (22), uma ocupação na Estrada de Ferro Carajás, no município de Parauapebas, sudeste do Pará. A ação teve início por volta das 5h da manhã, no quilômetro 08 da estrada Três Voltas, reunindo mais de seis mil trabalhadores e trabalhadoras rurais da região.

A mobilização marca o início da Jornada de Lutas por Reforma Agrária Popular e tem como principal alvo a mineradora Vale S.A. e o latifúndio, apontados pelo movimento como responsáveis diretos pela degradação ambiental e pelos impactos sociais na região de Carajás. De acordo com os organizadores, a ação tem o objetivo de pressionar por respostas concretas após cinco meses de negociações com o Governo Federal, o INCRA e a própria Vale — todas, até agora, consideradas infrutíferas pelas famílias Sem Terra.

As famílias acampadas acusam a mineradora de omissão diante dos impactos sociais e ambientais causados por suas operações. A região de Carajás concentra um dos maiores projetos minerários do mundo, responsável por bilhões em exportações, mas que, segundo os manifestantes, não reverte essa riqueza em benefícios reais para os trabalhadores e para o meio rural.

Até o momento da publicação, a Vale ainda não havia se pronunciado oficialmente sobre a ocupação ou as reivindicações apresentadas.

A ocupação da Estrada de Ferro Carajás poderá impactar diretamente o escoamento de minério de ferro entre o Pará e o Maranhão, além de afetar o transporte de passageiros do trem que liga Parauapebas a São Luís. O movimento afirmou que manterá o bloqueio até que representantes do governo e da empresa se manifestem com propostas concretas.

A expectativa é de que a mobilização se estenda pelos próximos dias, com possíveis novas ações coordenadas em outras regiões da chamada “Amazônia Minério-dependente”.

A reportagem segue acompanhando o caso.

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