Ao completar seis meses no comando da prefeitura de Belém, Igor Normando (MDB) enfrenta uma enxurrada de críticas por parte de movimentos sociais, lideranças populares e usuários de serviços públicos. Denúncias apontam que sua administração acelerou a retirada do Estado de áreas essenciais, como saúde, assistência social e cultura, promovendo cortes, privatizações e omissões que agravam a vulnerabilidade da população mais pobre da capital paraense.
Entre os principais ataques, estão:
Fome e Desmonte Social
O fechamento do Restaurante Popular Paulo Frota, que servia 1.300 refeições diárias a pessoas em situação de vulnerabilidade, escancarou a negligência da atual gestão. Há cinco meses sem funcionar, o espaço se tornou alvo de saques e depredações — símbolo do abandono de políticas públicas essenciais.
A extinção do programa Bora Belém, que garantiu renda básica para mais de 18 mil famílias, é outro ponto sensível. A retirada desse suporte ampliou a insegurança alimentar e a pobreza urbana.
Privatização da Saúde
Normando iniciou a entrega de Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) à iniciativa privada, como ocorreu com as unidades da Sacramenta e Icoaraci. A medida, sob o pretexto de “eficiência”, levanta suspeitas sobre o real objetivo: reduzir os gastos públicos às custas da saúde do povo.
Caos urbano e marketing vazio
Durante as fortes chuvas de junho e julho, Belém viu crateras se abrirem nas ruas, praças apagadas e enchentes devastando bairros periféricos. Apesar do anúncio de uma “força-tarefa” pela prefeitura, nenhuma prestação de contas foi apresentada, aprofundando a percepção de que a gestão investe mais em propaganda do que em soluções reais.
COP30 e o esgoto nas palafitas
Em plena preparação para a COP30, a cidade virou um canteiro de obras desordenado. Um caso emblemático veio à tona: entulhos e esgoto de obras em bairros nobres foram despejados em comunidades de palafitas, escancarando a desigualdade e o desprezo com os mais pobres.
Um prefeito sem plano próprio
Segundo críticos, Normando governa sob a tutela de Helder Barbalho, repetindo uma agenda neoliberal que transfere recursos públicos ao setor privado, com foco em “modernização” às custas da destruição do Estado como garantidor de direitos. É acusado de não ter projeto próprio e se apoiar em obras herdadas de gestões anteriores, como Edmilson Rodrigues.
“Ordem Pública” para poucos
O discurso de ordem pública adotado pela prefeitura reflete, segundo analistas, um projeto autoritário voltado aos interesses do mercado e da elite. Moradores de periferias relatam repressão e abandono, enquanto os setores privilegiados são beneficiados por obras, limpeza urbana e presença do poder público.
Conclusão:
Em apenas seis meses, Igor Normando já enfrenta o rótulo de “pior prefeito da história de Belém” por parte de críticos. Seu governo é acusado de desmontar políticas públicas, aprofundar a desigualdade e transformar a capital paraense num laboratório do neoliberalismo amazônico.
Se a tendência se mantiver, a população de Belém poderá enfrentar mais do que buracos e alagamentos: poderá encarar um processo irreversível de desestruturação social.