A tensão continua. Pelo segundo dia consecutivo, integrantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e moradores de comunidades rurais mantêm a ocupação da sede da Prefeitura de Parauapebas, desafiando uma ordem judicial que determinou a desobstrução imediata do prédio público.
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A mobilização começou na segunda-feira (11) com bloqueios de acesso à mineradora Ligga e à estrada que liga Palmares II, cobrando melhorias nas vias vicinais, na saúde e na educação rural. Na terça-feira (12), os manifestantes chegaram em ônibus e motocicletas, derrubaram o portão principal e entraram na sede do Executivo municipal, provocando tumulto e esvaziamento do prédio.

Reivindicações
Segundo o MST, a pauta inclui:
Pavimentação e manutenção das estradas vicinais Doação de terrenos para construção de escolas Ampliação de unidades de saúde no campo Implantação de poços artesianos e internet nas comunidades Programas de incentivo à produção agrícola Garantia de transporte escolar Incentivo à cultura local
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Em publicação nas redes sociais, o movimento afirmou:
“Os trabalhadores e trabalhadoras estão em luta pelos seus direitos na cidade de Parauapebas. É melhor morrer na luta do que morrer de fome.”

Decisão judicial
A Vara da Fazenda Pública de Parauapebas expediu tutela de urgência determinando a desocupação imediata dos prédios e vias bloqueadas. A decisão autoriza o uso de força policial proporcional e sem letalidade, além de aplicar multa diária de R$ 2 mil por pessoa identificada no descumprimento da medida.
A Prefeitura informou que ingressou com ação de interdito proibitório e reintegração de posse, e declarou estar aberta ao diálogo, desde que não haja depredações e que a manifestação ocorra de forma pacífica.
Polêmica política
A vereadora Maquivalda foi acusada por opositores de ter incentivado a derrubada do portão da Prefeitura e de liberar a passagem dos manifestantes durante uma blitz da Guarda Municipal e do DMTT. A acusação gerou reação nas redes e aumentou a pressão política em torno do caso.
Clima de incerteza
Apesar da decisão judicial, o grupo permanece instalado na Prefeitura nesta quarta-feira (13). A manutenção da ocupação eleva o risco de confronto, já que a Polícia Militar foi autorizada a atuar para garantir o cumprimento da ordem.
Enquanto isso, o movimento afirma que só deixará o prédio após ter suas demandas atendidas, mantendo como bandeira central a “luta por dignidade e justiça social” na zona rural de Parauapebas.
