Marido da prefeita de Canaã Eugênio Gadelha assina gasto de quase R$ 7 milhões com borracharia

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Em mais um episódio que reforça a cultura de gastos milionários na Prefeitura de Canaã dos Carajás, o secretário de Obras, Eugênio Gadelha, que também é marido da prefeita Josemira Gadelha (MDB), está prestes a autorizar uma contratação no valor total de R$ 6.955.838,33. O objetivo? Registro de preço para futura e eventual aquisição de peças e serviços de borracharia, lubrificantes e manutenção de balança rodoviária, conforme prevê o edital do Pregão Eletrônico nº 044/2025.

Apesar de ser um processo licitatório aparentemente regular, o que mais chama atenção é a dimensão da despesa para itens de uso corriqueiro, como graxas, óleos e substituições pontuais. O edital, disponível no portal oficial da prefeitura, discrimina lotes que envolvem, por exemplo:

  • R$ 63 mil em graxa MP2 à base de sabão de lítio;
  • R$ 46 mil em óleo lubrificante SAE 50;
  • R$ 16,3 mil por oito células de carga de 40 toneladas para balança rodoviária;
  • R$ 2.961,17 para substituição de kit eletrônico e aferição com caminhão padrão.

No total, os custos apenas para escavadeiras somam R$ 137.383,00, e para a balança rodoviária da marca “Líder”, R$ 29.836,81.

Conflito de interesse e falta de contenção de gastos

O fato de o secretário responsável pela assinatura da despesa ser o cônjuge da prefeita escancara uma situação no mínimo desconfortável para a moralidade pública. Não é a primeira vez que Canaã dos Carajás protagoniza licitações com cifras elevadas — e sempre com pouca transparência sobre os critérios técnicos para tais valores.

A Secretaria Municipal de Obras parece operar em uma realidade paralela, onde contratos de milhões são tratados com naturalidade. A justificativa de “registro de preços para eventual aquisição” é genérica e abre margem para aquisições sem controle efetivo de necessidade real.

A quem serve esse contrato?

O que deveria ser um procedimento técnico vira alvo de suspeitas quando se percebe a repetição de padrões: altos valores, descrição genérica de serviços, ausência de fiscalização pública efetiva e favorecimento político cruzado dentro da gestão. O caso se torna ainda mais sensível por envolver diretamente o núcleo familiar da prefeita.

Em tempos de vigilância social e de exigência por responsabilidade nos gastos públicos, a população de Canaã dos Carajás deve estar atenta. O contrato ainda não foi homologado, mas está prestes a ser. E, se não houver questionamentos, mais uma bolada milionária sairá dos cofres públicos — com carimbo oficial da família Gadelha.

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