O deputado federal Keniston Braga (MDB), representante de Parauapebas na Câmara, aparece como um dos maiores gastadores da bancada paraense com a verba do “cotão” em 2025. Só no primeiro semestre, ele utilizou R$ 272.965,19 da Cota para o Exercício da Atividade Parlamentar (CEAP), sendo a maior parte destinada à publicidade, telefonia e serviços postais.
A prioridade de Keniston: divulgar a própria imagem
O mês de maior gasto foi maio, com R$ 53.003,80. Mas o padrão se manteve ao longo de todo o semestre: publicidade institucional, ou seja, divulgação do mandato com dinheiro público. Em vez de priorizar ações concretas para o povo, Keniston parece focado em construir uma imagem para 2026, com recursos que deveriam atender às reais necessidades da população.
O paradoxo de Parauapebas
Enquanto o deputado esbanja em gráfica, mídia e telefone:
- O Hospital Geral de Parauapebas (HGP) enfrenta denúncias frequentes de negligência;
- Famílias vivem sem saneamento básico em bairros como Liberdade II, Vila Nova e Tropical;
- Linhas de ônibus são precárias ou inexistentes para comunidades afastadas;
- Obras públicas são entregues com atraso e superfaturamento.
Mas Keniston continua firme no que parece ser sua prioridade: manter a própria visibilidade com dinheiro público.
Sem mandato participativo
Não bastasse o volume de gastos, o parlamentar mantém pouco diálogo com a população. Raramente é visto em audiências públicas, não apresenta projetos relevantes para Parauapebas e sequer lidera iniciativas legislativas de peso no Congresso.
Keniston, que se elegeu como alternativa política na região, tem mostrado mais compromisso com a autopromoção do que com o povo que o elegeu.
Um nome que virou engrenagem do sistema
Apesar do discurso de mudança, Keniston já se comporta como político tradicional. Gasta como os veteranos de Brasília, age nos bastidores como os velhos caciques, e reproduz a lógica da máquina pública: usar a estrutura do Estado para garantir o próximo mandato.
Perguntas que não querem calar:
- Por que mais de R$ 272 mil foram usados em apenas seis meses?
- Quanto desse valor, de fato, beneficiou diretamente o povo de Parauapebas?
- E por que a Câmara Federal não exige limites mais claros para gastos com publicidade?
Se a atuação do deputado reflete seus gastos, Parauapebas continua pagando caro por um mandato que pouco entrega.
