O influenciador digital Hytalo Santos e seu marido foram presos na manhã desta sexta-feira (15/8) no interior de São Paulo, em cumprimento a mandado judicial. A investigação conduzida pelo Ministério Público da Paraíba (MPPB), com atuação também do Ministério Público do Trabalho, apura supostos crimes de exploração e exposição de menores em redes sociais.
O caso ganhou repercussão nacional após denúncias feitas pelo youtuber Felca – Felipe Bressanim – que acusou o influenciador de “adultização” de crianças e adolescentes em seus conteúdos digitais.
Roteiro das ações judiciais e prisão
- 13 de agosto de 2025: mandado de busca e apreensão foi cumprido em imóvel de Hytalo em Bayeux, região metropolitana de João Pessoa, mas o local estava vazio. Apenas uma máquina de lavar ligada, brinquedos e bicicletas foram achados, além de relatos de saída de um veículo carregando equipamentos do imóvel.
- 14 de agosto de 2025: a defesa de Hytalo declarou que o influenciador “jamais compactuou com qualquer ato atentatório à dignidade de crianças e adolescentes” e que estava à disposição das autoridades, afirmando desconhecer o cumprimento do mandado devido ao sigilo do processo.
- 15 de agosto de 2025: Hytalo e o marido foram detidos em São Paulo, por ordem do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), sob suspeitas graves que envolvem idade e exploração sexual de menores.
Investigação e repercussão
Hytalo Santos era investigado desde 2024 por possíveis infrações ao Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), com foco na exposição inadequada de adolescentes em conteúdo com conotação sensual ou sexual. O conteúdo de vídeo do youtuber Felca sobre “adultização” teve ampla circulação nacional, ultrapassando dezenas de milhões de visualizações.
A Justiça da Paraíba determinou a suspensão imediata dos perfis de Hytalo nas redes (como TikTok e Instagram), a desmonetização dos conteúdos e a proibição de contato com menores citados nas investigações.
Contexto legal e respostas
Segundo especialistas, o conceito de “adultização” não configura um crime tipificado, mas é combatido pelo ECA, que protege crianças e adolescentes de negligência, exploração e exposição a conteúdo inadequado.
A defesa de Hytalo reafirmou que todas as gravações com menores contavam com autorização de seus responsáveis, e que as investigações serão devidamente esclarecidas no âmbito judicial.
O caso está em fase de instrução judicial e deve ser debatido em audiências futuras. A Justiça ainda despachará sobre eventuais medidas protetivas, além de análise pericial dos aparelhos apreendidos e escuta dos menores envolvidos.