Na noite de 26 de agosto de 2025, Parauapebas voltou a ser palco de um episódio que mistura violência, política e intimidação. O influenciador digital Henrique Pinheiro denunciou ter sido agredido por três homens, que ele afirma serem assessores do vereador Nogueira (Avante), aliado de primeira hora do prefeito Aurélio Goiano.
Segundo o relato, Henrique trafegava pelo bairro Rio Verde quando sofreu uma emboscada: um carro bateu na traseira do seu veículo, logo depois o ultrapassou e, em seguida, deu marcha à ré, colidindo com a parte da frente do automóvel. Ao sair para verificar os danos, o influenciador foi surpreendido pelos três homens que desceram do veículo e passaram a desferir socos e pontapés. Ele sofreu ferimentos na boca, cotovelos e braços.
Ameaças e perseguição política
Horas antes da agressão, Henrique diz ter recebido uma ligação direta do vereador Nogueira, que teria feito ameaças explícitas:
“Manda tua localização pra mim. Vamos ver se tu é macho mesmo.”
Confiando que a ameaça não passaria de intimidação, o influenciador enviou a localização. Pouco depois, tornou-se vítima da emboscada. Henrique reconheceu os três agressores como funcionários da Câmara, pois, segundo ele, chegou a cumprimentar um deles no mesmo dia.
Boletim de ocorrência e cobrança de providências
Ferido, o influenciador compareceu à delegacia acompanhado de duas testemunhas e registrou boletim de ocorrência. Para ele, o ataque não é um episódio isolado, mas sim um ato de violência política em Parauapebas, que expõe o clima de perseguição e a falta de limites no jogo de poder local.
Henrique cobra uma posição urgente da Câmara Municipal, especialmente do presidente Anderson Moratório, e exige a abertura de um processo na Comissão de Ética contra os envolvidos:
“Espero um posicionamento firme. Fui agredido como cidadão e não vou me calar. A Câmara precisa dar uma resposta.”
Câmara em silêncio
O episódio expõe novamente o desgaste da política em Parauapebas, onde divergências políticas têm se transformado em confrontos pessoais. A ausência de providências rápidas por parte da Câmara poderá ser interpretada como cumplicidade com a violência.
Se confirmadas as denúncias, não se trata apenas de uma briga de rua, mas de uma tentativa de calar opositores através da força física, um sinal alarmante do nível em que chegou a disputa pelo poder no município.
Enquanto a cidade enfrenta problemas crônicos de saúde, educação e infraestrutura, a política local mergulha em episódios de violência e perseguição. A pergunta que fica é: será que a Câmara Municipal terá coragem de romper com a omissão e agir contra os seus próprios aliados?
Até o momento, nem o vereador Sargento Nogueira nem o presidente da Câmara, Anderson Moratório, se manifestaram sobre o caso. A Câmara Municipal permanece em silêncio e nenhuma nota oficial foi divulgada a respeito da denúncia.