Governo Aurélio Goiano rejeita transparência e mantém contrato de R$ 4,6 milhões com empresa de Belém

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O prefeito Aurélio Goiano e sua base na Câmara Municipal rejeitaram o Requerimento nº 94/2025, que solicitava informações detalhadas sobre o contrato firmado por inexigibilidade com a empresa L de Leão Consultoria, Gestão Contábil e Comercial Ltda, no valor de R$ 4,68 milhões. A negativa foi recebida como um duro golpe à transparência pública e levanta ainda mais questionamentos sobre os gastos da atual gestão com serviços contábeis.

O pedido de esclarecimentos, encaminhado à Secretaria Municipal de Fazenda (Sefaz), buscava cópias do contrato nº 20250190, assinado em 12 de fevereiro, além da justificativa técnica, parecer jurídico, plano de trabalho e relatórios de fiscalização. Até agora, nenhum desses documentos foi tornado público.

Enquanto isso, a empresa L de Leão, sediada em Belém, já recebeu R$ 200 mil, referentes a uma nota fiscal de R$ 390 mil, em trâmite acelerado. O objeto do contrato prevê “assessoria contábil especializada para garantir conformidade contábil e financeira”, mas a qualidade do serviço é questionada diante da instabilidade fiscal da cidade e dos constantes alertas do prefeito sobre a suposta “herança de dívidas”.

Somando os contratos com a L de Leão (R$ 4,68 milhões) e com a Delta Contabilidade (R$ 1,14 milhão), que atua no Serviço Autônomo de Água e Esgoto de Parauapebas (Saaep), o governo Goiano já comprometeu mais de R$ 5,8 milhões com contabilidade pública — valor superior ao orçamento destinado ao controle de doenças e vigilância epidemiológica em todo o município.

A contratação da Delta também é cercada de controvérsias. Um dos sócios da empresa, Delio Amaral Viana, foi membro da Comissão Administrativa de Transição de Mandato da gestão Goiano, nomeado oficialmente pela Portaria nº 745/2024. Meses depois, sua empresa foi contemplada com um contrato de dois anos — o mais longo da história do município em serviços contábeis — levantando suspeitas de favorecimento e “ajuste prévio”.

Apesar das polêmicas, a Delta segue silenciosa e lucrando. Na última sexta-feira (6), emitiu nota fiscal no valor de R$ 47.585,00, aguardando o pagamento via PIX.

O caso deve agora ser encaminhado ao Tribunal de Contas dos Municípios do Pará (TCM-PA), já que o Executivo e sua base aliada se recusam a prestar contas ao Legislativo e à população. Para críticos, os gastos questionáveis com empresas forasteiras representam uma afronta ao erário e escancaram a falta de prioridade com áreas essenciais.

Enquanto isso, Parauapebas vê a arrecadação cair e os contratos milionários seguirem intocados — como num conto de fadas contábil, em que todos vivem felizes, menos o povo.

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