Facções dominam Belém enquanto Helder Barbalho prioriza propaganda milionária

Enquanto comerciantes de Belém são obrigados a pagar “taxa do crime” para facções, o governo estadual despeja milhões em publicidade para tentar sustentar a imagem de um Pará seguro.
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Belém vive um cenário alarmante: a facção criminosa Comando Vermelho já domina bairros inteiros da capital, impondo uma verdadeira ditadura do crime. Jurunas, Condor, Cremação, Terra Firme, Barreiro, Sacramenta, Benguí, Cabanagem, Una, Tapanã e Paracuri estão sob o controle da facção, que obriga comerciantes — do pequeno ao grande — a pagar a chamada “taxa do crime”. Quem se recusa, corre risco de ter o negócio roubado, incendiado ou até de ser assassinado.

Um levantamento do pesquisador da UFPA Aiala Colares confirma que áreas estratégicas da região metropolitana de Belém já estão consolidadas como redutos do grupo criminoso. Apesar disso, o governo do Pará evita reconhecer a gravidade do avanço das facções.

Nos últimos meses, a violência chegou a atingir figuras políticas. O vereador de Belém Zezinho Lima (PL) denunciou ter sido ameaçado por faccionados após se recusar a pagar a taxa criminosa. A academia de sua esposa foi alvo de disparos durante a madrugada, em junho de 2025, como forma de intimidação. A Polícia Civil prendeu um dos envolvidos, mas o caso evidencia o poder das organizações sobre o cotidiano da cidade.

A facção criminosa Comando Vermelho tem se consolidado em áreas como Jurunas, Condor, Cremação e Terra Firme, impondo uma “taxa do crime” semanal a pequenos e grandes comerciantes, que são coagidos sob ameaça de violência. A situação, exposta em um mapa elaborado pelo pesquisador da UFPA, Aiala Colares, evidencia o avanço do domínio de grupos criminosos na região metropolitana da capital.

Enquanto a população sofre com extorsões, tiros e medo constante, o governador Helder Barbalho (MDB) mantém uma postura que prioriza a imagem em vez da solução: investe milhões em publicidade e campanhas midiáticas para tentar sustentar a narrativa de que o Pará está seguro. Porém, nas ruas, a realidade é outra — comerciantes acuados, bairros dominados e um Estado que parece ter perdido o controle territorial em sua própria capital.

Investimentos e Contradições

O governo do Pará tem anunciado investimentos em segurança pública, citando a aquisição de equipamentos e o fortalecimento de corporações. No entanto, a discrepância entre o discurso oficial e a realidade enfrentada pela população de Belém gera críticas. Enquanto a administração estadual se esforça para projetar uma imagem de controle e sucesso, a extorsão e a violência continuam a ser uma rotina em várias comunidades.

O dilema é evidente: enquanto a imagem pública do estado é cuidadosamente gerenciada para a realização de eventos internacionais como a COP 30, a população enfrenta um medo diário. O investimento em publicidade, que visa atrair turistas e investidores, parece não refletir a urgência de uma crise de segurança interna que precisa ser resolvida com ações concretas e efetivas.

A população paraense aguarda para ver se a mesma prioridade dada à imagem externa será aplicada para combater a criminalidade de forma substancial, desmantelando as facções e devolvendo a tranquilidade aos cidadãos.

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