O vereador Fred Sanção voltou a botar a cara no ventilador nesta terça-feira — dessa vez pra denunciar o que chama de “balbúrdia” no transporte escolar de Parauapebas, sob a responsabilidade da Prefeitura comandada por Aurélio Goiano. Conforme o parlamentar, há um contrato vigente de R$ 16 milhões para seis meses (o que dá cerca de R$ 2,6 milhões por mês), destinado à prestação de transporte escolar à rede pública municipal.
Segundo Fred, o contrato prevê uma frota total de 642 veículos, com 5% de reserva — ou seja, mais cerca de 32 ônibus prontos para substituições imediatas em caso de falhas.
Mas, durante vistoria realizada na garagem da Secretaria de Educação, o que se viu foi um cenário distante desse plano: os ônibus “estão irregulares, sem identificação visual obrigatória, muitos com documentação atrasada. A maioria nem sequer está em nome das empresas contratadas” — fato que, segundo ele, viola cláusula essencial do contrato.
Resultado: a frota mínima exigida não aparece, tampouco a reserva prevista. Em outras palavras: o município estaria pagando alto valor por um serviço que existe somente “no papel”.
O vereador anunciou que vai protocolar uma denúncia no Ministério Público para que o caso seja investigado a fundo — o que, se confirmado, poderá revelar desvio de recursos públicos, má prestação de serviço e, possivelmente, crime de improbidade administrativa.
Esse escândalo expõe duas faces da gestão: de um lado, a promessa de melhoria da mobilidade escolar (inclusive com a entrega recente de 11 micro-ônibus para a zona rural, feita pela Prefeitura). Do outro, a negligência: um contrato bilionário que não garante, de fato, transporte digno — sobretudo para quem mora em áreas remotas.
A denúncia de Fred joga luz sobre uma lógica perversa: transformar o transporte escolar em mercadoria de fachada — contrato superfaturado, pagamento adiantado, sem entrega real do serviço. A administração de Goiano, que chegou prometendo logística escolar eficiente, agora aparece acuada diante de irregularidades graves. A população de Parauapebas merece respostas concretas, não propaganda de inaugurações.
Até o momento, a Prefeitura de Parauapebas não se manifestou oficialmente sobre as denúncias. No entanto, com a promessa de Sanção de acionar o Ministério Público, o caso pode ganhar desdobramentos judiciais, expondo ainda mais as fragilidades da gestão Goiano. A população de Parauapebas, uma das cidades mais ricas do Pará graças à mineração, exige respostas urgentes: afinal, para onde vai tanto dinheiro público se os serviços básicos continuam falhando?



