Enquanto buracos e esgoto dominam bairros, Aurélio Goiano já torrou mais R$ 3,5 milhões em viagens

Enquanto a população enfrenta falta de saneamento básico e espera por atendimento médico digno, servidores e gestores acumulam viagens caras para capitais e outros estados. O valor investido nas passagens supera investimentos diretos em obras urgentes.
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Enquanto servidores públicos aguardam o pagamento de suas rescisões e trabalhadores do Hospital Geral de Parauapebas (HGP) já chegaram a protestar por melhores condições de trabalho, a Prefeitura Municipal gastou, somente em 2025, R$ 3.546.609,52. para despesas com passagens e locomoção. O valor consta em registros oficiais e envolve compras de passagens aéreas e rodoviárias, contratação de agências de viagens e adiantamentos para servidores participarem de eventos fora do município.

O montante, referente apenas ao período de 1º de janeiro a 15 de agosto de 2025, chama atenção não apenas pelo valor absoluto, mas pelo contexto de dificuldades enfrentadas pela cidade. Os dados, obtidos de um documento interno da prefeitura, revelam um cenário de gastos expressivos com viagens, enquanto a gestão do prefeito Aurélio Goiano enfrenta críticas e problemas sociais urgentes, a população convive com falta de saneamento básico, infraestrutura precária em bairros periféricos e problemas recorrentes na saúde pública, servidores seguem custando cifras elevadas aos cofres municipais.

Um caso emblemático é o do Banco de Leite Humano, inaugurado pelo prefeito Aurélio Goiano em 28 de abril com festa e aplausos. Passados mais de 90 dias, o espaço segue fechado, sem atender nenhuma criança.

A vereadora Maquivalda, que participou de fiscalização junto com o vereador Zé do Bode, denunciou que o local “está completamente fechado e não funciona há meses”, lembrando que um banco de leite não é apenas uma obra, mas um serviço vital para salvar vidas de bebês prematuros, fortalecer a saúde infantil e apoiar mães que não conseguem amamentar.

O levantamento revela que, entre os gastos, há pagamentos que ultrapassam facilmente a casa dos R$ 10 mil por bilhete para viagens nacionais, além de contratações recorrentes de agências de turismo, como a Biatur Agência de Viagens e a Skyway Turismo, para prestação de serviços de emissão, remarcação e cancelamento de passagens aéreas. Em alguns casos, os valores empenhados para um único servidor ultrapassam R$ 6 mil por deslocamento, sem que haja divulgação pública clara sobre os resultados concretos dessas agendas.

O cenário levanta questionamentos sobre as prioridades da gestão. Em um período de dificuldades econômicas e demandas urgentes na saúde e na infraestrutura, os gastos milionários com deslocamentos oficiais — muitos deles para agendas em Brasília, Belém e outras capitais — passam a ser vistos como um luxo incompatível com as necessidades locais.

Especialistas em gestão pública consultados apontam que o gasto elevado com viagens, em um cenário de carências básicas, revela uma inversão de prioridades da atual administração, onde agendas institucionais externas parecem receber mais atenção e recursos que a resolução de demandas urgentes da cidade.

Além do impacto financeiro direto, o volume de passagens pagas levanta questionamentos sobre o controle, a necessidade e a transparência desses deslocamentos. Em um município que ainda luta para garantir água potável, esgoto tratado e atendimento médico digno a toda a população, os números revelam um distanciamento preocupante entre as decisões do gabinete e a realidade das ruas.

A disparidade entre o que é investido em viagens e o que é efetivamente entregue à população reforça a percepção de que a atual administração não coloca os interesses coletivos em primeiro lugar. O caso do Banco de Leite fechado é apenas um símbolo de uma gestão que, apesar de discursos de progresso, acumula gastos de alto valor fora do município enquanto problemas urgentes continuam sem solução.

Viagens Oficiais vs. Demandas da População

O documento detalha uma série de despesas com viagens aéreas e terrestres para servidores de diversas secretarias, com destinos que incluem Belém/PA, Brasília/DF, Vitória/ES, São Paulo/SP, e Palmas/TO. Algumas das despesas incluem:

  • Secretaria Municipal de Turismo: Viagens a Brasília/DF para apresentar o plano municipal de turismo.
  • Fundo Municipal de Saúde: Contratações de agências de viagens para serviços contínuos de emissão de passagens aéreas e rodoviárias.
  • Secretaria Municipal da Juventude: Viagens a Belém/PA.
  • Prefeitura Municipal de Parauapebas: Um servidor teve passagem aérea para Belém/PA custeada para um período de três dias.

“Não se trata de impedir que gestores e servidores participem de eventos e reuniões importantes, mas de saber priorizar. A cidade enfrenta desafios sérios e urgentes, e esses recursos poderiam — e deveriam — ser direcionados para suprir as demandas que afetam diretamente a vida da população”, afirma um analista ouvido pela reportagem.

O caso reforça a necessidade de maior fiscalização por parte da Câmara Municipal e dos órgãos de controle, para que os recursos públicos sejam aplicados com eficiência, transparência e foco nas reais necessidades de Parauapebas.

Fonte dos dados

Todos os valores foram extraídos diretamente dos documentos públicos de despesas pagas pela Prefeitura de Parauapebas Os arquivos utilizados nesta apuração foram:

Veja completo Aqui :

 WC VIAGENS E T URISMO EIREL

 SKYWAY TURISMO LTDA

BIATUR AGÊNCIA DE VIAGENS EI RELI

GERAL

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