Dinheiro público para propaganda? Vereadora Maquivalda expõe gastos milionários com mídia em Parauapebas

Enquanto moradores enfrentam buracos, esgoto e falta de médicos, prefeitura banca “narrativas de reconstrução” em veículos aliados.
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A vereadora Maquivalda voltou a expor um tema espinhoso nas redes sociais: o uso do dinheiro público em contratos milionários de publicidade que, na prática, parecem ter mais função política do que informativa. O SAAEP (Serviço Autônomo de Água e Esgoto de Parauapebas) desembolsou R$ 999.986,52 para a empresa D.M.R Publicidade e Propaganda LTDA, responsável pela “divulgação institucional” do órgão — um contrato que levanta sérias dúvidas sobre a real prioridade dos gastos.

De acordo com o levantamento apresentado pela parlamentar, a Rádio Liderança recebeu R$ 175 mil, seguida pelo Jornal Correio (impresso) – R$ 105 mil e o site P Correio com R$ 46.500. Na sequência aparecem a TV Carajás (R$ 45 mil) e os programas Fala Sério e Jarbas da TV, com cerca de R$ 20 mil cada. Outros meios de comunicação também receberam quantias menores, mas que, somadas, representam um gasto expressivo de recursos públicos.

A revelação reacende uma pergunta incômoda: estamos diante de um gabinete paralelo de comunicação, financiado com dinheiro público, para moldar narrativas e blindar a imagem da gestão? Enquanto quase R$ 1 milhão é gasto para “vender” a imagem de eficiência, o que se vê nas ruas é bem diferente — buracos, esgoto a céu aberto e falta d’água constante.

O SAAEP, que deveria estar aplicando recursos em manutenção de poços, melhoria da rede de abastecimento e atendimento à população, destina verbas vultosas à publicidade. Enquanto isso, moradores relatam ter de voltar duas ou três vezes aos postos de saúde por falta de médicos e enfrentam torneiras secas há semanas.

Basta andar por Parauapebas para perceber o contraste. Buracos nas vias, esgoto a céu aberto, falta de médicos nas unidades de saúde e atrasos em atendimentos são reclamações diárias. O discurso de modernização e eficiência promovido nas mídias contratadas não reflete o cotidiano do cidadão comum.

O caso reforça a suspeita de que a máquina pública vem sendo usada para sustentar uma bolha de marketing político, onde quem elogia o governo recebe contrato e quem critica, é atacado. Enquanto isso, a transparência e a prioridade do gasto público seguem em segundo plano.

A denúncia da vereadora reacende um debate urgente: Parauapebas precisa de jornalismo ou propaganda? Porque a cidade real — aquela das filas, das ruas esburacadas e dos postos sem médico — parece bem distante da que aparece nos vídeos pagos com dinheiro do povo.

Veja o vídeo:

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