Descaso em Tucuruí: gari é flagrado em condições precárias, sem EPIs e em caminhão improvisado

Um vídeo mostra a dura realidade dos garis em Tucuruí: trabalhando em caçamba improvisada, sem equipamentos de proteção e expostos a riscos diários. A cena revela o descaso da gestão municipal com quem mantém a cidade limpa.
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Um vídeo gravado por um cidadão indignado expôs mais um retrato do abandono e da precarização do serviço público em Tucuruí. Nas imagens, um gari aparece trabalhando sem os equipamentos de proteção individual adequados — trajando apenas camisa de manga curta e luvas — enquanto recolhe lixo em um caminhão improvisado.

O veículo, segundo o registro, sequer é um caminhão compactador apropriado: trata-se de uma caçamba usada para carregar areia, sem tampa traseira, o que faz com que parte dos resíduos caia pela rua durante o trajeto. O trabalhador, em meio ao lixo acumulado na carroceria, tenta arrumar a carga com as próprias mãos para evitar a queda de resíduos, colocando sua saúde e integridade física em risco.

Ineficiência e risco à saúde pública

A improvisação da coleta não apenas coloca a saúde do trabalhador em risco, mas também compromete a eficiência do serviço. Lixos caindo no trajeto significam sujeira nas ruas e maior exposição da população a pragas e doenças.
Em cidades onde a lei é cumprida e os garis utilizam EPIs completos, já houve registros de contaminações por bactérias e problemas de saúde. Em Tucuruí, onde o improviso parece regra, a situação se agrava ainda mais.

O caso levanta um questionamento urgente: onde está a dignidade do trabalhador de Tucuruí, em especial o gari, que deveria ser amparado com condições mínimas de segurança? É inaceitável que homens e mulheres que lidam diariamente com resíduos, expostos a riscos biológicos e físicos, sejam obrigados a enfrentar jornadas em veículos improvisados, sem o devido amparo da gestão municipal.

Pão e circo em vez de políticas públicas

Enquanto isso, a cidade vive um paradoxo. O prefeito promete festas mensais — o famoso “pão e circo” — enquanto a população sofre com a falta de medicamentos nos postos de saúde e os servidores enfrentam a realidade da precarização. A cena registrada não é apenas uma denúncia pontual, mas um reflexo de prioridades invertidas, onde o espetáculo vale mais do que o respeito ao trabalhador e a qualidade dos serviços públicos.

Tucuruí, que já deveria servir de exemplo na gestão de recursos e dignidade social, mais uma vez mostra ao Pará e ao Brasil um retrato de improviso, descaso e falta de respeito à vida de quem mantém a cidade limpa.

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