Na audiência pública sobre o comércio local realizada nesta quarta-feira (1º), a vereadora Maquivalda trouxe dados que escancaram a disparidade nas contratações feitas pelo Executivo de Parauapebas. Segundo os dados, em 2025, a Prefeitura de Parauapebas firmou R$ 267 milhões em contratos com 61 empresas de fora da cidade, enquanto os empreendedores locais ficaram com apenas R$ 81 milhões — ou seja, 70% dos recursos públicos foram drenados para outros municípios e estados.
Um caso que chamou a atenção foi o de uma única empresa de Macapá (AP), que sozinha recebeu R$ 83 milhões em contratos. Até serviços básicos, como roçagem de canteiros, foram terceirizados para fora: R$ 16 milhões foram parar em uma empresa de Marabá (PA). O impacto dessa política vai além dos números: afeta diretamente a geração de empregos e a sustentabilidade das famílias locais. Serviços básicos, como a roçagem de canteiros, foram terceirizados para uma empresa de Marabá, em um contrato de R$ 16 milhões, gerando indignação.
Contratos sem licitação e favorecimento de empresas externas
Um dos pontos mais graves levantados foi que muitos desses contratos não passaram pelo processo tradicional de licitação. Foram firmados por meio de dispensa de licitação e adesão de atas, modalidades que, segundo a vereadora, poderiam ter priorizado empresas locais para compras simples, como computadores e ornamentação de eventos.
Essa realidade não é novidade na gestão do prefeito Aurélio Goiano. Investigações já apontaram contratos milionários com empresas de fora:
- Apenas nos primeiros meses de governo, 20 empresas concentraram R$ 142 milhões, grande parte sem sede em Parauapebas;
- Em menos de 100 dias, a gestão já havia firmado mais de R$ 200 milhões em contratos, muitos por dispensa de licitação.
A falta de oportunidades para competir por serviços públicos e a queda nas vendas têm sufocado os empreendedores de Parauapebas, que veem milhões de reais circulando fora do município. os comerciantes enfrentam queda nas vendas e falta de incentivo, enquanto milhões deixam de circular na economia do local.
Propostas para mudar a realidade
Para reverter essa situação, foram apresentadas propostas focadas na valorização dos negócios locais:
- Priorizar a contratação de empresas do município;
- Reduzir burocracia para abertura e funcionamento de negócios;
- Criar linhas de crédito e capacitação para micro e pequenos comerciantes;
- Valorizar serviços locais, evitando terceirizações desnecessárias;
- Incentivar feiras e campanhas para movimentar a economia.
Os números apresentados reforçam a sensação de abandono do comércio de Parauapebas, que enfrenta dificuldades visíveis, com lojas fechando, pontos comerciais para alugar e comerciantes pedindo apoio do poder público.
Enquanto isso não acontece, Parauapebas segue como um município milionário que exporta riqueza, mas deixa seus comerciantes cada vez mais sufocados.