Apesar do discurso oficial de que Parauapebas “vive uma nova era no fornecimento de água” e de que os carros-pipa teriam sido eliminados pela atual gestão, os números mostram outra realidade: os gastos da Prefeitura continuam praticamente iguais aos da administração anterior, levantando dúvidas sobre a transparência no uso dos recursos públicos.
Comparativo dos gastos
- Gestão Darci Lermen (2024):
- 21/02/2024: R$ 178.571,43
- veja os contratos aqui.
- 02/08/2024: R$ 949.099,95
- veja os contratos aqui.
Total somente em janeiro a agosto de 2025: R$ 1.127.671,38.
- Gestão Aurélio Goiano (2025):
- 24/01/2025: R$ 575.273,01
- veja os contratos aqui.
- 27/01/2025: R$ 591.752,67
- veja os contratos aqui.
Total somente em janeiro a agosto de 2025: R$ 1.167.025,68.
A diferença é irrisória: de R$ 40 mil. Ou seja, mesmo com a promessa de ter acabado com o fornecimento por caminhões-pipa, os gastos públicos continuam praticamente os mesmos.
A incoerência é ainda mais grave quando se observa quem é o beneficiado: justamente o empresário Branco da White, apontado pelo próprio Aurélio, em passado recente, como operador de um esquema criminoso.
O ataque que virou contrato
Durante sessões na Câmara, Goiano disparava contra Branco, acusando-o de “roubar Parauapebas” na gestão de Darci Lermen. Chegou a afirmar que “dinheiro nenhum” o compraria. Porém, ao assumir a Prefeitura em 2025, os números contam outra história: a White Tratores continua sendo uma das grandes beneficiadas por contratos municipais.
E não se trata de contratos pontuais. Só em 2025, via Saaep, a empresa já recebeu mais de R$ 6,9 milhões, sendo milhões destinados exclusivamente ao aluguel de caminhões-pipa e, os mesmos que Aurélio dizia ter eliminado das ruas.
Ou seja, na prática, os gastos não diminuíram — pelo contrário, até aumentaram. E todo esse dinheiro foi parar nas contas da mesma empresa controlada por Branco, denunciado pelo próprio Aurélio no passado.
O discurso oficial x a realidade dos números
Na propaganda oficial, Aurélio Goiano afirma ter eliminado nove rotas de caminhões-pipa e instalado mais de cinco mil novas ligações de água. No entanto, os pagamentos recentes mostram que a mesma empresa que prestava o serviço na gestão de Darci segue recebendo valores milionários.
Se a população não depende mais dos caminhões-pipa, por que os gastos continuam tão altos?
- O serviço ainda existe, mas é escondido da opinião pública?
- Ou o dinheiro está sendo destinado a outro fim sob o mesmo contrato?
Aurélio transformou a promessa de acabar com o “sistema” em blindagem para os mesmos personagens que chamava de criminosos. Hoje, Branco da White não é mais alvo de denúncias nas lives inflamadas, mas sim um dos grandes fornecedores da Prefeitura, faturando alto com o aluguel de carros-pipa.
A falta de transparência no Saaep
Enquanto o discurso é de “modernização” do Saaep, a prática mostra que os contratos com carros-pipa seguem ativos e custando caro. A narrativa de que “agora tem água direto da torneira” não se sustenta diante de bairros que ainda enfrentam intermitências no abastecimento.
Conclusão
A incoerência é explícita. Enquanto a propaganda oficial espalha que Parauapebas vive “uma nova era no fornecimento de água”, os cofres públicos seguem pagando caro pelos caminhões-pipa — e quem enriquece é justamente o empresário que Aurélio acusava de “roubar a cidade”.
Em política, isso tem nome: traição à confiança popular. O prefeito que dizia combater a corrupção agora alimenta o mesmo sistema que jurava destruir.
Se a promessa fosse verdadeira, a redução dos gastos deveria ser visível. Como não é, o que vemos é apenas uma propaganda disfarçada de conquista, enquanto o dinheiro público segue correndo pelo ralo.



