Chinês é preso no Pará por torturar filhos e enviar vídeos para a mãe na China

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Em uma operação que revelou cenas de extrema crueldade, a Polícia Civil do Pará prendeu, nesta terça-feira (10), o cidadão chinês Hua Zheng, acusado de torturar os próprios filhos e enviar os vídeos das agressões para a mãe dele, que vive na China. A prisão preventiva foi decretada pela Justiça Paraense com base em um inquérito conduzido pela Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA), com apoio da equipe da DATA Belém.

Além da prisão, foi cumprido mandado de busca e apreensão na residência do investigado, onde foram recolhidos materiais relevantes, incluindo um aparelho celular com provas contundentes dos crimes.

Ameaças, agressões e tortura

A investigação começou em janeiro de 2025, quando Hua Zheng foi preso em flagrante por ameaçar sua esposa com uma faca. A vítima revelou que, além das agressões frequentes contra ela, o homem também submetia os quatro filhos — com idades entre 4 e 11 anos — a abusos físicos e psicológicos graves.

Segundo a polícia, os castigos aplicados pelo agressor ultrapassam o crime de maus-tratos, configurando tortura majorada, com intenção deliberada de causar sofrimento extremo. Ele usava barras de ferro, cabos de vassoura e cabides para agredir as crianças, que também eram obrigadas a manter posições físicas exaustivas, como ficar agachadas com os braços esticados por mais de uma hora.

A única filha do casal foi obrigada a raspar a cabeça, como forma de humilhação.

Provas estarrecedoras: vídeos das agressões

Durante a investigação, a polícia obteve vídeos gravados pelo próprio agressor. Em uma das gravações, ele agride a filha com tapas no rosto e expõe os hematomas dela diante da câmera, como se quisesse exibir sua autoridade. Esses vídeos eram enviados à mãe dele, na China, como demonstração de domínio sobre a família.

Outros vídeos mostram as crianças feridas e pedindo ajuda, reforçando a gravidade dos abusos cometidos dentro do próprio lar.

Operação “Dragão de Jade”

Diante das evidências, a delegada responsável solicitou a prisão preventiva, que foi deferida e executada na operação batizada de “Dragão de Jade”. O nome faz alusão a dois símbolos da cultura chinesa: o dragão, representando o poder opressor do pai, e a jade, símbolo da infância vulnerável que precisa ser protegida.

Hua Zheng foi autuado por crime de tortura com agravantes e encaminhado à Secretaria de Administração Penitenciária (SEAP), onde permanece à disposição da Justiça.

Justiça em defesa da infância

A Polícia Civil reforçou o compromisso com a proteção dos direitos da criança e do adolescente, e destacou que a operação “Dragão de Jade” é um marco no combate à violência doméstica silenciosa que ocorre em muitos lares.

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