Canaã dos Carajás aparece nas propagandas oficiais como exemplo de avanço educacional, estampando que superou a meta do Compromisso Nacional Criança Alfabetizada. Mas basta confrontar os números para perceber que se trata de pura maquiagem midiática. O município, que ostenta a 3ª maior receita per capita do Brasil, investiu mais de R$ 26 mil por aluno em 2024, mas conseguiu superar a meta por apenas 0,11 ponto percentual – um resultado inexpressivo, que rendeu à cidade a 45ª posição no ranking do Pará, atrás de municípios muito mais pobres, como Curionópolis.
Enquanto a prefeita tenta vender o resultado como um “grande feito”, a realidade é que Canaã despeja cifras bilionárias na educação sem retorno prático. O IDEB nos anos finais caiu, a proficiência em matemática e português despencou e o avanço mínimo na alfabetização não condiz com os recursos astronômicos disponíveis.

O verdadeiro motivo do fracasso: mais contratados que concursados
A maquiagem nos números encontra explicação em outro dado estarrecedor: 60,7% dos vínculos da prefeitura são temporários. Em maio de 2025, Canaã dos Carajás tinha 5.150 servidores na folha, dos quais 3.129 contratados precariamente e apenas 1.634 efetivos concursados. Ou seja, a administração prefere manter cabides de emprego a fortalecer o quadro estável via concurso público.
Na educação, o retrato é ainda mais vergonhoso. Dos 967 professores da rede municipal, 601 são temporários (62,1%). O concurso aberto em 2024, ao invés de corrigir essa distorção, criou uma cláusula de barreira que só considera aprovados os classificados dentro das 556 vagas imediatas, eliminando qualquer possibilidade de cadastro reserva. Resultado: milhares de aprovados serão descartados, enquanto a prefeitura mantém temporários nas salas de aula.

Educação como balcão político: coordenadores comissionados a quase R$ 11 mil
Outro exemplo da distorção está nos 65 cargos de coordenador pedagógico, que deveriam ser exclusivos de pedagogos concursados, mas foram transformados em postos comissionados de alto custo.
- 45 coordenadores pedagógicos educacionais recebem R$ 10.757,86 (salário + vale).
- 20 coordenadores pedagógicos técnicos recebem R$ 10.982,08 (salário + vale).
Só essa farra consome R$ 704 mil por mês, dinheiro suficiente para contratar 90 pedagogos concursados. Ao optar por manter comissionados, Josemira enfraquece a educação e reforça seu curral político dentro da Semed.
Propaganda x realidade
Enquanto os comunicados oficiais tentam vender uma Canaã modelo em alfabetização, a realidade mostra um município que falha em transformar riqueza mineral em riqueza humana. O paradoxo é brutal: a cidade bilionária em royalties é miserável em resultados educacionais.
O MEC e os próprios indicadores revelam o fracasso: queda no desempenho, proficiência em retração e alfabetização mínima. A maquiagem do governo não resiste aos números. A estratégia de Josemira é clara: substituir estabilidade e mérito por contratos precários e cargos comissionados, assegurando controle político da máquina pública em detrimento do aprendizado das crianças.
Em 2024, Canaã arrecadou R$ 1,953 bilhão, ocupando a 71ª posição nacional em arrecadação e a 3ª maior receita per capita do Brasil. Porém, toda essa bonança não se traduz em riqueza social. Municípios vizinhos, com receitas bem menores, mostram indicadores de alfabetização e IDEB superiores. Ou seja, o problema não é falta de dinheiro, mas de gestão ineficiente e prioridades equivocadas

Conclusão
O fracasso da educação em Canaã dos Carajás tem nome e sobrenome: Josemira Gadelha. Ao preferir temporários e comissionados a concursados por mérito, a prefeita transforma a rede pública em um reduto de interesses políticos e cabides de emprego. A maquiagem nos índices pode enganar em propaganda, mas não esconde a realidade: alunos com desempenho cada vez pior, professores desmotivados e uma cidade rica que insiste em ser pobre em educação.
Canaã dos Carajás é hoje o retrato de um paradoxo cruel: cidade bilionária em arrecadação, mas miserável em qualidade educacional.
Veja estudo de comparação completa.






