A Câmara Municipal de Parauapebas se tornou, mais uma vez, palco de um embate entre transparência e blindagem política. Na sessão desta segunda-feira (22), a base governista, ligada ao prefeito Aurélio Goiano, rejeitou um requerimento que buscava fiscalizar um contrato milionário de R$ 84 milhões destinado à pavimentação asfáltica. A iniciativa, proposta pela vereadora Érica Ribeiro (PSDB), foi barrada, gerando questionamentos sobre a gestão dos recursos públicos na cidade.
O contrato em questão, de número CT-20250496, prevê obras nos bairros Cidade Jardim, Minérios e VS-10. O Portal da Transparência da prefeitura já registra a liquidação de quase R$ 13 milhões entre julho e agosto de 2025. O que chama a atenção é que a empresa contratada tem sede no Amapá, uma prática criticada por não priorizar negócios locais e enfraquecer a economia da região.
Rejeição a Documentos Básicos
O pedido da vereadora Érica Ribeiro não era complexo. Ele solicitava documentos de praxe para qualquer fiscalização, como ordens de empenho, liquidação e pagamento, além de boletins de medição e relatórios fotográficos. Em outras palavras, a vereadora pedia o mínimo de informações exigidas pela lei de transparência para comprovar a execução das obras.
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Apesar da simplicidade e da importância do pedido, a maioria dos vereadores da base aliada votou contra a fiscalização, blindando o Executivo de qualquer análise mais detalhada. A decisão levanta suspeitas sobre o real destino do dinheiro público e o motivo da recusa em apresentar informações que, teoricamente, deveriam estar acessíveis a todos.
Votação Revela Divisão na Casa
A votação expôs claramente a divisão entre os parlamentares. Os vereadores que votaram contra a transparência e a favor da blindagem foram: Michel Carteiro (PV), Tito do MST (PT), Léo Márcio (SDD), Laecio da ACT (PDT), Elias da Construforte (PV), Graciele Brito (União), Sargento Nogueira (Avante), Sadisvan (PRD), Leandro do Chiquito (SDD) e Alex Hoana (PDT).
Já os votos favoráveis à abertura das informações, em apoio à fiscalização do contrato, vieram de: Érica Ribeiro (PSDB), Maquivlada Barros (PDT), Zé do Bode (União), Fred Sansão (PL) e Francisco Eloécio (PSDB).
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A rejeição a um pedido básico de fiscalização de um contrato milionário, com valores já liquidados, reforça uma crítica constante da população: a falta de transparência na gestão dos recursos municipais. A atitude da base governista protege o Executivo a todo custo, em detrimento do direito da sociedade de saber como o dinheiro público está sendo utilizado.
Ao rejeitar o pedido, os vereadores aliados deixam clara a postura de blindagem ao Executivo municipal. A recusa em apresentar documentos de um contrato milionário, já com valores altos liquidados, reforça a suspeita de falta de transparência e abre margem para questionamentos sobre o real destino do dinheiro público.
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