Aurélio Goiano muda de lado e assume papel de “soldado” político dos Barbalhos em Parauapebas

A política do ‘pão e circo’ ganha novo capítulo em Parauapebas: Aurélio Goiano, antes opositor ferrenho de Darci e Helder, agora se apresenta como ‘soldado’ do governador.
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Em um cenário político marcado por contradições, o prefeito de Parauapebas, Aurélio Goiano, escancarou sua mudança de postura ao declarar apoio público ao governador Helder Barbalho e à pré-candidatura da vice-governadora Hana Ghassan ao governo do Pará em 2026. A mesma liderança que um dia se elegeu com gritos de denúncia contra Darci Lermen e contra o próprio Helder, hoje aparece como “soldado” do governador, assumindo papel de cabo eleitoral em eventos bancados com dinheiro público.

A região, que sequer consta oficialmente no mapa do município e onde grande parte dos bairros ainda são considerados área da União, foi palco de promessas vagas e medidas paliativas. Nenhuma obra estruturante foi anunciada, apenas serviços de caráter temporário, que soam mais como maquiagem diante da ausência histórica de investimentos reais.

O contraste é evidente. O mesmo governador que antes se alinhava à gestão de Darci Lermen — chegando a declarar nos palanques que “catitu fora da manada vira comida de onça”, numa clara metáfora para reforçar a união em torno de seu grupo político — hoje se apresenta ao lado de Aurélio Goiano. Vale lembrar que Goiano construiu sua trajetória justamente em oposição às práticas de Darci e ao modelo de governo do próprio Estado.

A mudança de discurso escancara um jogo de conveniência. Agora, Aurélio Goiano aparece em suas redes sociais se declarando “um soldado do governador” em Parauapebas. O que antes ele combatia com veemência, como oposição, transformou-se em peça estratégica de um projeto político que tenta conquistar a simpatia da população local — especialmente em áreas carentes como o VS-10, onde ainda faltam escolas de ensino médio, escolas técnicas e serviços essenciais básicos.

Enquanto milhões são gastos em diárias e eventos com tom de comício antecipado, a realidade da comunidade continua a mesma: falta de infraestrutura, ausência de políticas públicas efetivas e a sensação de que o povo humilde segue sendo usado como massa de manobra. Painéis e faixas com imagens de candidatos apoiados estampam o cenário, deixando claro o caráter político da movimentação.

O encontro recente em Parauapebas, que deveria ser um espaço para anúncios de obras e melhorias, transformou-se em um palanque disfarçado. Faixas, discursos e estrutura oficial serviram muito mais para projetar Hana como futura candidata do grupo Barbalho do que para atender as reais demandas da população. A velha prática da política do “pão e circo” ganhou mais um capítulo, com uso de recursos do povo para fins eleitorais.

A fala de Goiano, afirmando com convicção que “Hana vai virar governadora”, soa menos como convicção política e mais como alinhamento estratégico em busca de sobrevivência, apenas reforça que o prefeito trocou a bandeira da oposição por conveniência, abraçando justamente aqueles que antes atacava com veemência.

Enquanto isso, a cidade bilionária, que arrecada cifras recordes com a mineração, segue convivendo com esgoto a céu aberto, ruas esburacadas e promessas que nunca saem do papel. A encenação de Goiano, antes com gritos contra o sistema, hoje se mostra apenas como parte de um teatro orquestrado para perpetuar o mesmo modelo político que condena Parauapebas a repetir sua história de abandono.

No fim, o que muda é apenas quem ocupa a cadeira. O povo continua sendo espectador de uma peça já conhecida, onde a prioridade não é a transformação da cidade, mas sim o jogo de poder para 2026.

Aurélio Goiano afirma em suas redes sociais que Helder Barbalho tem um soldado em Parauapebas.

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