Aurélio Goiano gasta R$ 12 milhões com roçagem que ninguém vê, tudo por dispensa de licitação

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Em um ano marcado por controvérsias, incluindo agressões a jornalistas na COP30 e críticas à mineradora Vale, o prefeito Aurélio Goiano (Avante) enfrenta mais um escândalo em potencial: o desperdício de milhões em serviços de limpeza urbana que parecem evaporar no ar. Documentos oficiais da Prefeitura Municipal de Parauapebas revelam que, apenas em 2025, foram pagos R$ 12.197.555,52 à empresa Ricardo A. de Lima Martins LTDA por serviços de roçagem, poda, limpeza e manutenção. Mas pergunte a qualquer morador: as praças e terrenos públicos da cidade continuam tomados pelo mato, como se o dinheiro público estivesse financiando uma festa invisível.

Os pagamentos, realizados mensalmente desde agosto, foram feitos sob o regime de “dispensa de licitação” por caráter emergencial, conforme o contrato 20250523. Em agosto, R$ 1.355.283,96; setembro viu dois repasses somando mais de R$ 2,7 milhões; outubro, novembro e dezembro cada um com R$ 2.710.567,89. No total, uma fortuna que poderia transformar Parauapebas em um oásis urbano, mas na prática, serve apenas para engordar contas bancárias enquanto a população luta contra o mato alto que invade calçadas, praças e lotes abandonados.

Críticos da gestão apontam para um padrão preocupante: apesar dos repasses constantes, a visibilidade dos serviços é rara. “É tão difícil ver uma roçagem acontecendo que, quando finalmente ocorre, o governo posta fotos em perfis oficiais como se fosse uma conquista épica”, diz um morador do bairro Cidade Jardim, ecoando reclamações comuns nas redes sociais e indicações na Câmara Municipal. De fato, em abril de 2025, a Indicação nº 243/2025 destacou o aumento de lotes abandonados com mato alto, exigindo fiscalização da Semurb (Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Urbanismo). Mas por que os pagamentos caem todo mês como relógio, enquanto a cidade não vê limpeza diária?

A resposta pode estar em um dos maiores escândalos potenciais da era Goiano: a dispensa de quase R$ 35 milhões para limpeza pública, revelada em maio de 2025, que críticos classificam como um poço sem fundo de irregularidades. Fontes indicam que contratos emergenciais – supostamente para situações urgentes – viraram rotina, beneficiando empresas forasteiras em detrimento de prestadores locais, quebrando a economia municipal em mais de R$ 100 milhões, segundo denúncias. “Reconstrução? Mais parece destruição”, ironiza um vereador opositor, referindo-se ao slogan da administração que promete aceleração de obras, mas entrega lentidão na manutenção básica.

Moradores relatam que terrenos baldios viram depósitos de lixo e mato, atraindo pragas e riscos à saúde, apesar das denúncias via Ouvidoria da Semsi. E com a CPI dos Loteamentos investigando irregularidades na aprovação e fiscalização de áreas urbanas desde março, o cerco parece se fechar.

Aurélio Goiano, que assumiu em janeiro prometendo mudança após anos de críticas à gestão anterior, agora acumula denúncias de obras fantasmas, atrasos em pagamentos a fornecedores e manipulação de processos. Em um ano turbulento, marcado por seu discurso inflamado na COP30 cobrando responsabilidade ambiental da Vale – empresa que ele acusa de dever R$ 10 bilhões ao município – , o prefeito parece ignorar o “mato” em seu próprio quintal. A população questiona: se o dinheiro flui constante, por que a limpeza não? Talvez porque, em Parauapebas, o mato cresce mais rápido que a transparência.

Veja a Lista de despesas pagas pela Prefeitura de Parauapebas Exercício de 2025 desde agosto para RICARDO A. DE LIMA MARTINS LTDA

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