Aurélio Goiano gastou mais de R$ 4,3 milhões com eventos e brindes enquanto ruas seguem cheias de buracos

Publicado em setembro 12, 2025
Por Canal PBS

Enquanto prefeito alega cofres vazios e governa sob decreto de emergência, documentos revelam mais de R$ 4,3 milhões em despesas com festas, brindes e serviços gráficos apenas em 2025.

A gestão do prefeito Aurélio Goiano em Parauapebas tem sido marcada por um discurso contínuo de dificuldades financeiras e dívidas herdadas. Governando sob o decreto de emergência, a administração frequentemente justifica a falta de investimentos em infraestrutura básica, como a pavimentação de ruas em bairros esburacados, com a alegação de “cofres quebrados”.

No entanto, uma análise de despesas pagas pela prefeitura em 2025, disponível no Portal da Transparência, revela um cenário em que: dinheiro não falta para contratos de alto custo com empresas de eventos, gráficas e brindes. Mas quando o assunto é manutenção de ruas ou serviços básicos à população, o município parece estar “quebrado”.

As críticas à gestão não se limitam à população. Na Câmara Municipal, vereadores de oposição têm denunciado o que consideram uma falta de transparência. Há relatos, como o do vereador Fred Sanção, sobre máquinas da prefeitura que estiveram paradas por suposta falta de combustível, enquanto milhões são destinados a outros fins. A base aliada do governo, por sua vez, tem sido criticada por votar contra a instauração de fiscalizações mais rigorosas nos contratos, ampliando a percepção de um bloqueio político.

Os Números do Portal da Transparência

Documentos oficiais de despesas pagas entre janeiro e setembro de 2025 pintam um quadro financeiro que contrasta com a narrativa de austeridade. Juntas, apenas algumas empresas contratadas para serviços de eventos, gráfica e impressão já receberam mais de R$ 4,3 milhões.

Principais Despesas em 2025:

Estrutura para Eventos: A empresa OLIVEIRA E SILVA EMPREENDIMENTOS EIRELI recebeu um total de R$ 3.030.766,50. Para locação de palco, arquibancadas, sonorização, iluminação e até shows pirotécnicos
Serviços Gráficos e de Diagramação: A empresa C. KZAN ME faturou R$ 504.684,74 por serviços de “diagramação, formatação e confecção/execução de serviços gráficos diversos” para a Secretaria Municipal de Turismo.
Outsourcing de Impressão: Os gastos com a E. C. DA SILVA INFORMÁTICA EIRELI somaram R$ 395.060,06 para “outsourcing de impressoras” e “serviços de impressao e reprodução de documentos”.
Mais Estruturas para Eventos: Somando-se aos gastos com a Oliveira e Silva, a FENIX SERVIÇOS E COMERCIO LTDA. recebeu R$ 197.460,42 para o mesmo tipo de serviço de locação de estruturas para eventos da Secretaria de Cultura.
Brindes e Impressos: A ARTE DIGITAL BRINDES E IMPRESSOS LTDA recebeu R$ 188.901,50 pela “confecção com fornecimento de troféus, medalhas e brindes diversos” e “materiais personalizados para atender nos eventos”.
Materiais Gráficos Diversos: As empresas WHF SERVIÇOS E LOCAÇÕES LTDA e suas variantes com o mesmo CNPJ receberam um total combinado de R$ 132.911,54 () para a produção de convites, banners, crachás e outros materiais gráficos para diferentes secretarias.

Somados, esses gastos ultrapassam a marca de R$ 4,4 milhões em poucos meses, apenas com serviços que pouco dialogam com as necessidades básicas da população.

Análise Crítica

Aurélio Goiano insiste em dizer que encontrou uma cidade falida e sem recursos. Porém, os documentos mostram que a crise só existe quando se trata de atender às necessidades da população — saúde, saneamento, infraestrutura e mobilidade urbana. Para contratos com empresas de eventos, publicidade e brindes, o dinheiro aparece sem dificuldades.

O volume de gastos em áreas não essenciais, especialmente em um cenário de emergência administrativa e queixas sobre serviços básicos, levanta sérias dúvidas sobre a gestão de prioridades da Prefeitura de Parauapebas. Enquanto a população sofre com problemas de infraestrutura, a administração destina cifras milionárias para a realização de eventos e a produção de material de divulgação.

Em resumo: a gestão de Aurélio Goiano expõe uma contradição entre discurso e prática. Enquanto a população enfrenta buracos, máquinas paradas e falta de serviços básicos, os cofres públicos são abertos para shows, festas, materiais gráficos e brindes. A prioridade parece ser agradar setores específicos, enquanto a cidade paga a conta do descaso.

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