Enquanto saúde e saneamento são abandonados, Tucuruí torra mais de R$ 1,5 milhão em propaganda para promover o prefeito

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Em um ano marcado por investigações policiais e cassação judicial, o prefeito Alexandre Siqueira (MDB) de Tucuruí continua a priorizar sua imagem pessoal, destinando mais de R$ 1,5 milhão em gastos com publicidade apenas em 2025, conforme documentos oficiais da Prefeitura Municipal. Enquanto isso, a população amarga a falta de saneamento básico, escassez de medicamentos e ausência de médicos em unidades de saúde, revelando um abismo entre as promessas eleitorais e a realidade de uma cidade negligenciada.

Dinheiro para propaganda, abandono na saúde e no saneamento

De acordo com a lista de despesas pagas pela Prefeitura de Tucuruí, obtida de fontes públicas, o credor K J DA S CARNEIRO EIRELI recebeu exatos R$ 1.591.126,10 ao longo do ano para “serviços de distribuição de publicidade aos veículos e demais meios de divulgação”. Os pagamentos, ordenados por data decrescente, incluem valores expressivos como R$ 85.850 em maio e R$ 72.900 em novembro, todos vinculados a um contrato de concorrência de 2021 com aditivos sucessivos. Esses recursos, oriundos dos cofres municipais, foram alocados para promover ações da administração, mas críticos apontam que servem principalmente para enaltecer a figura do prefeito, em uma clara estratégia de autopromoção.

O contraste é gritante. Enquanto mais de R$ 1,5 milhão escorre para campanhas publicitárias, a realidade nos bairros é outra:

  • Moradores denunciam falta recorrente de medicamentos básicos, como analgésicos e antibióticos;
  • Postos de saúde funcionam com escalas reduzidas de médicos, forçando pacientes a longas filas ou deslocamentos;
  • Grande parte da cidade ainda sofre com ausência de saneamento básico, convivendo com esgoto a céu aberto e riscos sanitários permanentes.

Não se trata de falta de dinheiro, mas de prioridade política. A gestão opta por investir pesado em marketing institucional enquanto serviços essenciais seguem precários.

Os dados revelam um padrão: pagamentos frequentes, valores fracionados e uma sequência de termos aditivos ao mesmo contrato de publicidade. Só em alguns meses, os empenhos se repetem semanalmente, com valores que variam entre poucos milhares e dezenas de milhares de reais — uma estratégia comum para manter o fluxo constante de recursos.

Na prática, a Prefeitura transforma publicidade em despesa fixa, mesmo diante de um cenário social crítico.

Autopromoção não cura, não trata e não saneia

Propaganda não substitui médico, não leva remédio ao posto e não fecha vala de esgoto. Em Tucuruí, a comunicação oficial tenta vender uma cidade que não existe para quem vive nela todos os dias.

O caso expõe um modelo de gestão focado em imagem, não em resultado. Enquanto a Prefeitura investe para aparecer bem, a população paga o preço com serviços públicos falhos, saúde fragilizada e infraestrutura abandonada.

A pergunta que fica é simples: quantos postos poderiam estar abastecidos, quantos médicos poderiam ser contratados e quantos bairros poderiam receber saneamento com o dinheiro gasto para promover o prefeito?

Lista de despesas pagas pela Prefeitura de Tucuruí a o credor K J DA S CARNEIRO EIRELI

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