Construtora acusada de fraude pelo MPPA executa reforma de R$ 6 Milhões na feira de Canaã sob gestão da Prefeita Josemira Gadelha

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Em meio a uma administração marcada por controvérsias e questionamentos sobre transparência, a prefeita reeleita Josemira Gadelha (MDB) enfrenta mais um foco de críticas. A Construtora Sul Para Eireli (CSP), empresa citada em uma grave denúncia do Ministério Público do Estado do Pará (MPPA) por envolvimento em uma organização criminosa que fraudava licitações, é a responsável pela reforma da Feira do Produtor, um contrato de R$ 6.100.309,31 financiado com recursos próprios do município.

A placa da obra informa um valor global de R$ 6.100.309,31, com início em 29 de novembro de 2023 e término previsto para 29 de dezembro de 2024, custeada com recursos próprios do município. O contrato prevê serviços continuados de manutenção predial preventiva e corretiva, incluindo fornecimento de material e mão de obra.

uanto custa, na prática, cada box da feira?

Segundo dados oficiais da própria Prefeitura, a Feira do Produtor possui 160 boxes. Com base no valor total do contrato, o custo médio da reforma é o seguinte:

  • Valor total da obra: R$ 6.100.309,31
  • Quantidade de boxes: 147
  • Custo médio por box: R$ 41.498,70

Ou seja, cada box está custando mais de R$ 41 mil aos cofres públicos — um valor que chama atenção quando comparado a reformas similares em outros municípios.

Embora Josemira Gadelha não seja diretamente nomeada na denúncia, o esquema operou durante sua gestão, afetando secretarias municipais como a de Desenvolvimento Rural Sustentável, e levanta dúvidas sobre a fiscalização e o controle interno da prefeitura.

Quem é a Construtora Sul Pará e por que o alerta?

A CSP surge como peça central no “núcleo empresarial” da organização criminosa, segundo a denúncia. Fundada em 2019, a empresa é descrita como controlada por “laranjas” – pessoas interpostas para ocultar os verdadeiros donos. Especificamente, o contador Maurício Moura Martins, integrante do núcleo técnico do esquema, e Daniel Gomes Nunes Filho são apontados como sócios ocultos da CSP. Eles teriam adquirido a empresa para fraudar licitações, especialmente no segmento de locação de veículos e construção civil.

De acordo com o relatório do GAECO, a CSP recebeu, entre 2014 e dezembro de 2024, impressionantes R$ 39.680.455,08 do município de Canaã dos Carajás – valor que a coloca entre as maiores beneficiárias de contratos públicos na região. O documento destaca que, a partir de 2019, quando Martins assumiu a contabilidade da Câmara de Vereadores, todos os procedimentos licitatórios para locação de veículos foram manipulados em favor da CSP, com auxílio de figuras como o ex-vereador Ailson Ferreira Alves (conhecido como “Ailson da White”) e Gilvan da Silva Pinheiro.

O relatório aponta práticas recorrentes como:

  • Direcionamento de licitações
  • Medições fraudulentas
  • Superfaturamento
  • Pagamentos priorizados fora da ordem legal
  • Repasse de percentuais sobre contratos públicos

Essas fraudes incluíam a simulação de concorrência, informações privilegiadas sobre editais e a elaboração de propostas pré-aprovadas, garantindo que empresas do esquema vencessem as disputas. O GAECO classifica a CSP como parte de um “grande esquema criminoso” que desviou pelo menos R$ 1,49 bilhão em contratos municipais ao longo de uma década, abrangendo 60 integrantes. A operação resultou em buscas e apreensões em agosto de 2024, com apreensão de 17 mil , reforçando as suspeitas de lavagem de capitais.

Como uma empresa com esse histórico pôde ser contratada para uma obra pública de vulto. “Sob Josemira, Canaã dos Carajás virou um paraíso para empresas suspeitas, enquanto a população sofre com serviços precários.

A placa da obra informa responsável técnico e secretaria demandante, mas o histórico recente do município mostra que fiscais de contrato já foram citados em investigações por atestarem serviços não executados ou inflados. Diante disso, a pergunta é direta:
quem fiscaliza essa obra e com quais critérios?

Esta investigação revela como, sob a gestão Gadelha, contratos milionários continuam beneficiando empresas ligadas a esquemas criminosos, comprometendo o desenvolvimento sustentável de Canaã dos Carajás. A população merece respostas – e ações concretas para romper esse ciclo vicioso.

Trecho da denúncia de 132 páginas do MPPA, conduzida pelo GAECO, que detalha um esquema de corrupção em Canaã dos Carajás.
Trecho da denúncia de 132 páginas do MPPA, conduzida pelo GAECO, que detalha um esquema de corrupção em Canaã dos Carajás.

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