Em Tucuruí, a realidade dos moradores contrasta brutalmente com o luxo desfrutado pela elite política. Enquanto postos de saúde enfrentam escassez crônica de medicamentos básicos como dipirona, e bairros inteiros sofrem com a ausência de saneamento básico, a Prefeitura e a Câmara Municipal torraram quase R$ 5 milhões em diárias, passagens aéreas e deslocamentos oficiais.
Parte relevante desses valores está diretamente ligada ao prefeito Alexandre Siqueira, que aparece como beneficiário de diárias elevadas para viagens a Brasília, São Paulo e Belém, em deslocamentos frequentes que pouco ou nada refletem em melhorias concretas para a cidade. Essa extravagância, extraída de documentos oficiais de 2025, expõe uma gestão priorizando o conforto pessoal em detrimento das necessidades urgentes da população.
Os números da farra
- Câmara Municipal de Tucuruí:
Gastou R$ 1.207.500,00 apenas com diárias de vereadores e servidores, majoritariamente para viagens a Belém e Brasília, sob justificativas genéricas de “capacitação” e “missão institucional” . - Prefeitura de Tucuruí – passagens e locomoção:
Foram R$ 2.109.762,76 gastos com passagens aéreas, ônibus, micro-ônibus e transporte para Tratamento Fora do Domicílio (TFD), principalmente via Fundo Municipal de Saúde . - Prefeitura de Tucuruí – diárias do Executivo:
Mais R$ 1.498.613,58 em diárias pagas ao prefeito, secretários e servidores, incluindo deslocamentos frequentes para Brasília, Belém e outras capitais
Total geral: R$ 4.815.876,34 gastos em viagens e diárias em um único ano.
O contraste com a realidade da cidade é gritante. Em meio a bairros sem saneamento e postos sem remédio básico, uma das “principais indicações” de vereador foi a instalação de um bueiro, tratada como grande realização legislativa. O episódio virou símbolo do rebaixamento do debate político e da falta de foco em soluções estruturais.
Sob a presidência de Weber Galvão, a Câmara Municipal falha em cumprir seu papel constitucional de fiscalizar o Executivo e cobrar resultados concretos. Em vez disso, mantém uma rotina confortável de gastos internos, viagens e benefícios, sem retorno perceptível para a população.
No comando da Prefeitura, o prefeito Alexandre Siqueira não apresenta explicações públicas convincentes sobre a disparidade entre os milhões gastos com deslocamentos e a incapacidade do município de garantir o mínimo à população, como medicamentos básicos e infraestrutura urbana.
A mensagem passada é clara: há dinheiro para viajar, mas não para cuidar do essencial.
Prioridades invertidas
Tucuruí não enfrenta escassez de recursos — enfrenta má gestão, prioridades distorcidas e complacência política. Enquanto a máquina pública gira para atender seus próprios interesses, o cidadão comum segue pagando a conta, seja na fila do posto sem remédio, seja nas ruas sem saneamento.
A pergunta que ecoa nas ruas é direta: até quando Tucuruí vai bancar a farra enquanto o básico continua faltando?
Fonte: Lista de despesas pagas pela Prefeitura e Câmara Municipal de Tucuruí






