Educação abandonada: crianças usam “privadas artesanais” em Novo Repartimento mesmo com R$ 275 milhões arrecadados

Em um ano em que a Prefeitura arrecadou R$ 275 milhões, as escolas da zona rural seguem abandonadas. Crianças estudam em salas improvisadas e usam “privadas artesanais” por falta de estrutura. Moradores denunciam que essa situação se repete em diversas comunidades do município.
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O ano de 2025 termina em Novo Repartimento com um cenário que revolta a população: a educação pública está abandonada. Enquanto a Prefeitura Municipal, sob a gestão de Valdir Lemes, arrecadou R$ 275.981.878,86 somente neste ano, as escolas da zona rural continuam em condições que lembram épocas sem qualquer estrutura pública.

O contraste entre a alta arrecadação e a situação humilhante das unidades escolares escancara uma pergunta que cresce entre pais, professores e moradores: onde está sendo aplicado todo esse dinheiro?

As denúncias enviadas por moradores mostram a verdadeira face do descaso. A escola Boa Vista da Vila Cachoeirinha, que atendem dezenas de crianças da zona rural, estão completamente abandonadas:

  • salas improvisadas e sem manutenção,
  • paredes danificadas,
  • estrutura mínima inexistente,
  • alunos estudando em ambientes totalmente inadequados,
  • professores sem condições dignas de trabalho.

Promessas de reforma foram repetidas ano após ano, mas nunca se concretizaram. As escolas seguem com a mesma realidade de abandono que já dura anos.

Banheiros “artesanais”: um escândalo sanitário

O ponto mais revoltante das denúncias é a situação dos banheiros.
Moradores afirmam que as unidades estão sem condições de uso e que estudantes são obrigados a usar “privadas artesanais”, feitas de forma improvisada, sem higiene e sem segurança.

As imagens que circulam nas comunidades da zona rural chocam pela precariedade. O cenário é tão grave que muitos pais já classificam a situação como “medieval” — e, infelizmente, não é exagero.

Em pleno 2025, crianças do município ainda precisam estudar sem banheiro digno, sem água adequada e sem qualquer cuidado básico.
Isso em uma cidade que teve quase R$ 276 milhões em receitas só este ano.

R$ 275 milhões arrecadados: por que nada chega à educação?

A população exige respostas.
O município recebeu dinheiro de repasses federais (incluindo FUNDEB, que é exclusivo para a educação), recursos estaduais e diversas arrecadações próprias.
Mesmo assim:

  • as escolas continuam destruídas;
  • a saúde pública não funciona;
  • as ruas seguem esburacadas;
  • o concurso público não sai;
  • e os precatórios dos professores permanecem sem previsão.

A revolta cresce porque, em números, o município está longe de ser pobre. Falta de dinheiro não é o problema.
O que falta, segundo moradores, é prioridade, transparência e gestão.

Descaso generalizado marca a gestão

A crise na educação é apenas o símbolo mais claro da má administração.
A saúde está sucateada, com falta de médicos e remédios.
O trânsito piora com ruas destruídas e buracos por todo lado.
E denúncias mostram que parentes de autoridades estariam recebendo sem trabalhar, muitos morando até em Marabá.

Enquanto isso, a prefeitura segue vendendo terrenos públicos e ignorando demandas básicas da população.

Novo Repartimento tem potencial, tem dinheiro em caixa e tem uma população que luta e trabalha.
O que falta é uma gestão que honre esses recursos e devolva em serviços públicos o que entra nos cofres da cidade.

A crise na educação não é apenas um problema estrutural — é um reflexo de abandono total, de prioridades distorcidas e de uma administração que não está entregando o mínimo esperado.

Se as coisas continuarem assim, 2025 ficará marcado como o ano em que Novo Repartimento arrecadou milhões, mas deixou suas crianças estudando em condições indignas.

💵 A verdade nua e crua: gestão Valdir Lemes já arrecadou mais de R$ 1,4 bilhão

Os números mostram que falta de dinheiro nunca foi o problema de Novo Repartimento. Desde que Valdir Lemes assumiu o comando da Prefeitura, a arrecadação só cresceu. Segundo dados oficiais:

  • 2021: R$ 267,8 milhões
  • 2022: R$ 283,4 milhões
  • 2023: R$ 298 milhões
  • 2024: R$ 319,6 milhões
  • 2025: R$ 275,9 milhões (até o encerramento do exercício)

No total, a gestão já teve à disposição mais de R$ 1,44 bilhão.
Apesar disso, o município segue com escolas destruídas, ruas esburacadas, postos de saúde sem estrutura, concurso público empacado e direitos de servidores sendo ignorados.

O contraste entre o volume gigantesco de dinheiro e a situação real da cidade deixa uma pergunta cada vez mais pesada no ar:
Como é possível arrecadar tanto e entregar tão pouco?

Enquanto outras cidades com metade desse orçamento conseguem manter escolas funcionando, investir em infraestrutura e dar suporte básico aos cidadãos, Novo Repartimento segue presa a uma gestão que promete muito e entrega quase nada.

Para moradores da Vila Cachoeirinha, Boa Vista e tantas outras comunidades rurais, a conta é simples:
não é falta de dinheiro — é falta de prioridade.

Imagens da Escola Boa Vista C e da Vila Cachoeirinha. Moradores relatam que existem outras unidades escolares espalhadas pelo município na mesma situação — ou até piores.

Lista de receitas orçamentárias arrecadadas pela Prefeitura Municipal de Novo Repartimento

Veja completo aqui

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