A gestão municipal de Belém, sob a liderança do prefeito Igor Normando, enfrenta uma grave crise na saúde pública. Médicos que atuam nas Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) da capital paraense decidiram se mobilizar em protesto contra o atraso no pagamento de salários. A situação, que já impacta diretamente o atendimento à população, levanta sérias questões sobre a eficiência da administração dos contratos na área da saúde.
Segundo informações levantadas, as UPAs Jurunas e Marambaia eram geridas até 15 de setembro pelo Instituto Nacional de Pesquisa e Gestão em Saúde (INSAÚD), enquanto os médicos eram contratados pela Group Med Gestão Médica. Já a UPA da Terra Firme (D’Água) era administrada pelo Instituto de Apoio ao Desenvolvimento da Vida Humana (IADVH), com os profissionais vinculados à Montcoelho Serviços Médicos.
Mesmo após a substituição das gestoras, a prefeitura não efetuou os repasses referentes aos contratos anteriores, o que deixou centenas de médicos sem pagamento pelos meses de junho e julho. As antigas empresas afirmam não terem recebido da administração municipal, enquanto os novos contratos ainda não cobrem as pendências salariais.
A Nova Gestão e os Problemas Antigos
O impasse gerado entre a prefeitura, as empresas e os profissionais tem um impacto direto e preocupante: a categoria, que se mantém comprometida com a assistência à população, se vê em uma situação de vulnerabilidade financeira. A falta de resposta concreta da prefeitura e a ausência de um plano claro para resolver a questão dos pagários atrasados são os principais motivadores do protesto.
Manifestação e Cobrança por Respostas
Como forma de pressionar por uma solução, os médicos agendaram uma manifestação pacífica em frente à Secretaria Municipal de Saúde (SESMA) para esta quarta-feira, 8 de outubro, às 11h. A categoria exige o pagamento dos salários pendentes, que são considerados um direito básico pelo serviço já prestado.
Mesmo diante da crise, os médicos reafirmaram compromisso com o atendimento à população, mas alertam: a paciência está no limite. “Seguimos trabalhando, mas queremos respeito. É inadmissível servir à população e ficar sem salário”, relatou um profissional das UPAs de Belém.
A situação expõe uma ferida antiga na saúde pública da capital — a terceirização desenfreada e sem transparência, que acumula dívidas, fragiliza vínculos trabalhistas e abre brechas para má gestão e irregularidades. Caso a prefeitura não apresente uma solução imediata, o risco de paralisação total nas UPAs é real.
A mobilização dos profissionais de saúde é um reflexo do crescente desgaste com a gestão municipal e evidencia a urgência de uma intervenção efetiva para normalizar a situação. A crise não apenas afeta os trabalhadores, mas também coloca em risco a qualidade do atendimento nas UPAs, pilares fundamentais do sistema de saúde da capital.