Energia mais cara: outubro chega com tarifa de R$ 4,46 a mais a cada 100 kWh no Pará

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A partir de outubro de 2025, os consumidores do Pará, um dos maiores produtores de energia elétrica do Brasil, enfrentarão mais um aumento na conta de luz. A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) acionou a bandeira vermelha, patamar 1, que adiciona R$ 4,46 a cada 100 kWh consumidos.

A decisão, baseada no baixo volume de chuvas que afetou os reservatórios das hidrelétricas, obriga o acionamento de usinas termelétricas, mais caras de operar. No entanto, o aumento gera revolta e questionamentos em um estado que abriga duas das maiores hidrelétricas do país, a de Tucuruí e a de Belo Monte.

A Contradição da Produção e do Consumo

A situação cria um paradoxo: como um estado que produz e exporta tanta energia pode ter uma das contas de luz mais caras da federação? O descontentamento popular reflete a percepção de que o aumento é desproporcional à capacidade de geração do Pará.

Especialistas no setor elétrico explicam que, além da seca, outros fatores contribuem para o preço final, como as tarifas setoriais, custos de transmissão e os lucros das distribuidoras. A bandeira tarifária, embora um mecanismo de sinalização para o consumidor sobre o custo da geração, não resolve a questão estrutural do preço elevado da energia no estado.

A discussão sobre o tema segue aquecida nas redes sociais e entre a população, que cobra uma solução para o dilema de ser um produtor de energia que enfrenta dificuldades para abastecer as próprias casas a um preço justo. A Equatorial Pará, distribuidora local, será a responsável por aplicar o valor extra nas faturas.

Impacto no Consumidor

O peso extra na conta recai de forma mais dramática sobre famílias de baixa renda, que têm menor margem para cortes no consumo. Um acréscimo de R$ 4,46/100 kWh pode parecer pequeno no papel, mas no final do ciclo de fatura, representa impacto significativo no orçamento doméstico.

Além disso, esse tipo de aumento gera insatisfação política: em um estado que “produz energia”, há desconfiança quanto à justiça da distribuição dos custos e à regulação do setor. Tendência: manifestações, pressão a deputados federais/estaduais, cobranças à Aneel, ao Ministério de Minas e Energia e à concessionária local.

A situação do Pará destaca uma falha sistêmica que afeta outros estados produtores de energia. O debate continua: por que o custo da energia é tão alto para quem vive perto da fonte? A resposta parece estar em uma complexa rede de encargos, subsídios e regras de mercado que, no fim das contas, pesam diretamente no bolso do consumidor.

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