Alexandre Siqueira torra mais de R$ 8 milhões em publicidade enquanto bairros afundam no esgoto

Prefeitura de Tucuruí gastou milhões com campanhas publicitárias, valores que poderiam ter sido investidos em saneamento, manutenção de vias e contratação de profissionais da saúde.
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Nos últimos cinco anos, a Prefeitura de Tucuruí destinou mais de R$ 8 milhões em recursos públicos para serviços de publicidade junto à empresa K J da S Carneiro EIRELI, sob contratos originados da Concorrência nº 001/2021 e sucessivos termos aditivos.

O volume milionário inclui pagamentos anuais que ultrapassam R$ 2,2 milhões em 2021, R$ 2,23 milhões em 2022, R$ 1,43 milhão em 2023, R$ 1,11 milhão em 2024 e já R$ 1,02 milhão apenas até agosto de 2025. O contrato prevê atividades de divulgação institucional em rádio, TV, internet e outros meios, alegando atender ao “princípio da publicidade” e ao “direito à informação”.

A soma desses valores ao longo dos anos destaca o foco da administração em atividades de comunicação, enquanto a população relata dificuldades com a qualidade de vida diária.

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Imagem Institucional vs. Realidade das Ruas

Enquanto o gabinete do prefeito investe pesado para manter presença midiática, moradores convivem diariamente com bairros marcados por buracos, ruas esburacadas e esgoto a céu aberto. A carência de obras estruturais e saneamento básico contrasta com o gasto publicitário que, na prática, tem fortalecido a imagem política do gestor — às custas do orçamento público.

A situação se agrava na área da saúde: relatos frequentes apontam postos sem médicos, falta de insumos e demora nos atendimentos, especialmente nas unidades básicas, que deveriam ser prioridade constitucional. Apesar disso, recursos significativos do Fundo Municipal de Saúde também foram direcionados à mesma empresa para campanhas e divulgação.

Estrutura de Gasto Repetitiva e Concentrada

A análise dos empenhos revela um padrão repetitivo: pagamentos parcelados, quase sempre em valores altos e regulares, para serviços de “distribuição de publicidade” e “atividades integradas” que abrangem criação, execução e veiculação de campanhas institucionais. O contrato, firmado em 2021, foi prorrogado sucessivamente via termos aditivos até 2025, sem evidência pública de novas licitações competitivas para o mesmo objeto.

Alexandre Siqueira projetou uma imagem de administrador competente e moderno. Mas o fato de estar sob investigação da PF, com pedidos de afastamento e bloqueio de bens, e ter sido cassado pouco depois, mostra que o que ele vende não bate com a realidade — e a população sente isso com cada atendimento negado ou rua esburacada.

A propaganda não cura doenças, tampouco tapa buracos. A cidade quer gestão, não imagem.

Questionamentos de Prioridade

O cenário expõe um contraste gritante: a cidade que se vende nas telas e rádios não é a mesma que o cidadão encontra ao sair de casa. A diferença entre o discurso institucional e a vivência da comunidade pode ser o principal elemento que transformará essa questão em debate eleitoral e alvo de fiscalização pelos órgãos de controle

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Corrupção pesada e patrimônio público

Em 2024 Uma investigação do Ministério Público do Pará descobriu desvios de, pasme, R$ 170 milhões. O esquema envolveria não só Alexandre, mas secretários, controlador interno e vereadores, com apropriação ilegal de verbas públicas para interesses pessoais e políticos. Isso inclui indícios de compra de helicóptero e corrupção passiva generalizada. A miserabilidade das vias públicas, esgoto à céu aberto e postos de saúde caindo aos pedaços contrastam com essa farra com dinheiro público.

R$ 1,1 milhão em avião, e PF investigando compra de votos

Além disso, a Polícia Federal encontrou R$ 1.149.300 em espécie sendo transportado por um policial militar em um jatinho particular, às vésperas da eleição, vinda de São Paulo – possível evidência de compra de votos. A PF cumpriu mandados de busca e apreensão em Tucuruí, Belém e Brasília, apontando desvio de verba pública, lavagem de dinheiro e crimes eleitorais. Essa bagunça toda expõe que a máquina pública virou Sinta-se em polvorosa.

Mas o fato é claro: se todos esses escândalos – cassação, desvio massivo, suspeita de compra de votos – ocorrem enquanto moradores padecem sem saúde e infraestrutura, sobra apenas uma conclusão: dinheiro público está servindo para inflar uma imagem que não existe no cotidiano real.

A dura realidade da população

Na rua, o povo sente:

  • postos de saúde sem médicos ou materiais;
  • esgoto a céu aberto;
  • ruas destruídas, sem tapa-buracos efetivos;
  • e, ao mesmo tempo, outdoors, propaganda e fachada de gestão objetiva.

Isso é maquiagem com verba pública pra esconder o que importa mesmo.

Mas o que a população realmente gostaria de saber é: com esse dinheiro (publicidade + desvio), por que não tem médico no posto? Por que o esgoto corre nas suas ruas? E por que helicóptero e jatinho enquanto a cidade se desfaz?

Fonte dos dados

Todos os valores foram extraídos diretamente dos documentos públicos de despesas pagas pela Prefeitura de Tucuruí. Os arquivos utilizados nesta apuração foram:

K J da S Carneiro EIRELI pagos 2024

K J da S Carneiro EIRELI pagos 2023

K J da S Carneiro EIRELI pagos 2022

K J da S Carneiro EIRELI pagos 2021

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