Hospital Regional do Leste: obra bilionária vira canteiro fantasma e prejudica saúde no Pará

Os R$ 216,6 milhões investidos não se traduziram em leitos ou atendimento. Em vez disso, restou à população da região sudeste do Pará a frustração de continuar viajando quilômetros para buscar saúde em Belém.
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A construção do Hospital Regional Público do Leste (HRPL), anunciada como a salvação da saúde no sudeste do Pará, transformou-se em um símbolo de ineficiência e desperdício de dinheiro público. Com um investimento de R$ 216,6 milhões, a obra deveria ter sido entregue em 16 de agosto de 2025. No entanto, dois dias após o prazo, o canteiro está completamente abandonado, sem sinal de operários ou máquinas.

Este cenário de abandono levanta sérias questões sobre a fiscalização de obras públicas e a responsabilidade da empresa contratada, a Ankara Engenharia Ltda. A promessa de 158 leitos, UTIs e serviços de hemodiálise para atender nove municípios vizinhos agora parece distante, frustrando a população que esperava uma alternativa aos longos deslocamentos para a capital, Belém.

Promessa Não Cumprida e a Quebra de Confiança

Em agosto de 2023, o Governo do Pará iniciou a obra com a promessa de descentralizar o atendimento médico. Em maio de 2024, a execução, que supostamente avançava 15%, parecia garantir a entrega no prazo. Contudo, a realidade atual é de um prédio inacabado e um canteiro vazio, em contraste total com a urgência da demanda por saúde na região.

Para a população local, a paralisação representa não apenas um atraso, mas uma traição. Milhões de reais foram investidos, inclusive na compra de equipamentos de ponta como tomógrafo e raio-X, sem que a infraestrutura básica esteja concluída. A falta de transparência do poder público e o silêncio da empresa contratada só aumentam a indignação.

Onde Foram os R$ 216 Milhões?

A obra do HRPL deveria fortalecer o sistema de saúde regional, oferecendo leitos pediátricos, neonatais e adultos, além de um moderno centro cirúrgico. No entanto, a falta de atividade no local sugere uma completa falha na gestão e fiscalização.

Os principais envolvidos — o Governo do Pará, a Ankara Engenharia e a população — têm papéis definidos nessa crise:

  • Governo do Pará: Precisa explicar a paralisação. Houve falha na previsão orçamentária? Quais as justificativas para o atraso? A transparência sobre o uso do dinheiro público é essencial.
  • Ankara Engenharia: A empresa está sob pressão para justificar por que abandonou a obra. Um cronograma revisado e um plano emergencial são urgentes para recuperar a credibilidade.
  • População: A parte mais prejudicada. Os moradores de nove municípios da região sudeste do Pará esperam por respostas concretas e, acima de tudo, pela retomada imediata de uma obra vital.

O caso do Hospital Regional do Leste é um alerta sobre a fragilidade do controle de investimentos públicos em infraestrutura de saúde. A transparência e a responsabilidade precisam ser restabelecidas para que a promessa de um hospital funcional não se transforme em um esqueleto de concreto, símbolo de um projeto que deu errado.

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