R$ 54 milhões em aluguéis de veículos enquanto faltam remédios, salários e infraestrutura em Parauapebas

Enquanto pacientes denunciam comida imprópria no HGP e servidores protestam por atraso salarial e demissões sem rescisão, o poder público segue financiando uma verdadeira “frota fantasma” de contratos milionários.
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A população de Parauapebas enfrenta o caos nos serviços essenciais, mas o dinheiro público corre solto quando se trata de alugar veículos. Levantamento com base em documentos oficiais revela que a Prefeitura e o SAAEP gastaram juntos R$ 54.013.462,83 em locações de veículos, máquinas e equipamentos apenas em 2025. Isso mesmo: mais de 54 milhões de reais.

Enquanto isso, a situação do Hospital Geral de Parauapebas é alarmante. Faltam medicamentos, materiais básicos e alimentação adequada para pacientes. Profissionais da saúde realizaram protestos por falta de pagamento e o cenário se agrava ainda mais com demissões de servidores do PSS que não receberam sequer a rescisão contratual.

A farra das locações

Entre os maiores beneficiários dos contratos milionários estão:

Empresa / ÓrgãoValor gasto (R$)
ALL Locação LTDA19.035.713,48
NEW Locações e Serviços EIRELI-EPP12.301.732,96
M. P. Martins Locações2.146.275,22
Puma Locações e Serviços2.869.181,54
TCAR Locação de Veículos2.912.635,94
TCAR EIRELI-EPP250.746,60
NEW Locações (segunda razão social)1.607.213,22
Para Locações de Máquinas244.055,58
JPE Locações57.085,00
Central das Cooperativas de Transportes1.493.750,00
Central de Transporte de Parauapebas (Educação)1.000.000,00
Empório A&C EIRELI (SAAEP)239.900,00
White Tratores Serviços (SAAEP)6.941.950,05
JRX Locações e Serviços (SAAEP)1.093.863,88
TOTAL GERALR$ 54.013.462,83

O total ultrapassa R$ 54 milhões, sem considerar possíveis aditivos contratuais ou contratos menores fragmentados em outros setores.

Enquanto isso, no Hospital Geral de Parauapebas…

A realidade nos corredores do HGP (Hospital Geral de Parauapebas) é de abandono. Pacientes relatam falta de comida adequada, profissionais denunciam escassez de medicamentos e ausência de materiais básicos, como luvas e seringas. Como se não bastasse, médicos e enfermeiros realizaram protestos exigindo pagamento de salários atrasados, em pleno funcionamento precário do hospital.

O mesmo se aplica aos servidores temporários contratados pelo PSS, muitos dos quais foram demitidos sem receber as rescisões trabalhistas devidas. A Prefeitura, ao que parece, ignora suas responsabilidades sociais enquanto injeta milhões em contratos duvidosos com locadoras.

Infraestrutura de papelão

A população que vive nas áreas periféricas da cidade convive com ruas esburacadas, bairros alagados em períodos de chuva e ausência de saneamento básico. Mas os caminhões alugados para “manutenção de vias urbanas e rurais” continuam sendo pagos religiosamente, como mostra o contrato nº 20250241 da ALL Locação — só esse, com mais de R$ 6,8 milhões empenhados em abril.

Um sistema que alimenta o próprio bolso?

É impossível não levantar questionamentos: quem são os donos dessas empresas? Há ligações políticas com a gestão? Por que tantos contratos com valores altíssimos, mesmo com o colapso dos serviços básicos? A falta de transparência da Prefeitura de Parauapebas acende o alerta.

Enquanto o povo amarga hospitais sucateados, servidores demitidos sem indenização e infraestrutura precária, a gestão municipal escolhe gastar milhões com veículos alugados. Em vez de cuidar da população, parece que a prioridade é alimentar uma máquina administrativa que só serve a si mesma.

Parauapebas vive um paradoxo: dinheiro existe, mas está sendo priorizado para alimentar uma estrutura de contratos milionários com empresas de locação, muitas vezes com vínculos pouco transparentes. A saúde, o servidor público e a dignidade do cidadão ficam em segundo plano. A pergunta que fica é: até quando?

É hora do povo cobrar. E cobrar alto.

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Fonte dos dados

Todos os valores foram extraídos diretamente dos documentos públicos de despesas pagas pela Prefeitura de Parauapebas e pelo SAAEP no exercício de 2025. Os arquivos utilizados nesta apuração foram:

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