A gestão da prefeita Josemira Gadelha em Canaã dos Carajás tem sido alvo de crescentes críticas, especialmente no que tange ao serviço de abastecimento de água do SAAE (Serviço Autônomo de Água e Esgoto). Apesar dos vultosos investimentos nos anos de 2024 e 2025, a população segue enfrentando um problema crônico: falta de água e, quando ela chega, em condições muitas vezes impróprias para uso.
Sob a gestão da prefeita Josemira Gadelha, o SAAE (Serviço Autônomo de Água e Esgoto) gastou mais de R$ 27,7 milhões em recursos nos últimos dois anos. Ainda assim, moradores de diversos bairros relatam que convivem com interrupções frequentes — chegando a passar mais de uma semana sem água. E quando o abastecimento retorna, a água é barrenta, com odor estranho e sem condições para consumo humano, conforme denúncias recebidas pelo canal PBS.
INVESTIMENTO ALTO, RETORNO BAIXO
Paralelamente a essas reclamações, documentos de despesas da Prefeitura Municipal de Canaã dos Carajás revelam gastos significativos do SAAE, que somam mais de R$ 22,9 milhões em 2024 e R$ 4,8 milhões em 2025, totalizando mais de R$ 27,7 milhões nos dois anos.
Perfuração de poços:
- Mais de R$ 18 milhões apenas com perfuração, montagem e instalação de poços tubulares profundos, com valores que superam R$ 1,6 milhão por unidade em diversos contratos.
- Aditivos posteriores, como um de R$ 2,56 milhões em março de 2024, indicam continuidade de obras sem solução visível ao consumidor final.
Locações:
- Gastos com locação de máquinas pesadas e veículos leves com motorista somam mais de R$ 7,6 milhões entre 2024 e 2025.
- Os valores são repetitivos e seguem um padrão trimestral, indicando possível contratação contínua.
Combustíveis:
- Mais de R$ 5,5 milhões apenas com abastecimento de veículos vinculados ao SAAE, com registros em praticamente todos os meses de 2024 e 2025.
Outros gastos:
- Manutenções e reformas em prédios públicos custaram mais de R$ 1,5 milhão no período.
- Tampas de PV (poços de visita) somam mais de R$ 1,2 milhão.
- Areia e saibro também aparecem na lista com mais de R$ 2 milhões em aquisições.
A POPULAÇÃO COBRA EXPLICAÇÕES
Enquanto o dinheiro público escorre pelo ralo de contratos milionários, a população continua sem acesso regular e seguro à água, um direito básico e essencial. O questionamento que ecoa pelas ruas é direto: para onde está indo todo esse dinheiro?
Bairros como Novo Brasil, Vale da Benção, Jardim das Palmeiras e Residencial Canaã estão entre os mais atingidos pela escassez. Moradores relatam que a qualidade da água é tão ruim que até os filtros de barro estão sendo danificados.
“O poço pode até ter sido perfurado, mas a água não chega na torneira da minha casa. Isso é uma vergonha”, afirma a moradora Ana Silva.
FALTA TRANSPARÊNCIA?
Apesar da robustez nos investimentos, nenhum relatório público detalha os impactos reais das obras, quantos poços estão em funcionamento e qual foi a ampliação da rede. O Portal da Transparência da prefeitura também não oferece informações claras sobre a efetividade dos serviços prestados.
A população quer saber: quantos poços foram entregues? Onde estão localizados? Por que a água ainda não chega com qualidade?
Com mais de R$ 27 milhões aplicados apenas no setor de abastecimento, era de se esperar uma cidade com infraestrutura hídrica de ponta. Porém, o que se vê é descaso, má gestão e sofrimento da população, que ainda precisa comprar água mineral para cozinhar, beber e até tomar banho.
A cobrança é urgente. Canaã dos Carajás precisa de água potável, não apenas de contratos volumosos.
O Canal PBS continuará acompanhando e fiscalizando os investimentos públicos.
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Fonte dos dados
Todos os valores foram extraídos diretamente dos documentos públicos de despesas pagas pela Prefeitura de Canaã Dos Carajás e pelo SAAEP. Os arquivos utilizados nesta apuração foram:







