Belém vive um novo escândalo político envolvendo a Prefeitura Municipal. Denúncias apontam a existência de uma suposta “Máfia do Reboque”, envolvendo diretamente integrantes do alto escalão da gestão do prefeito Igor Normando (MDB).
Segundo acusações lideradas pela vereadora Ágatha Barra (PL-PA) e pelo deputado estadual Rogério Barra (PL-PA), a Prefeitura contratou, sem licitação, a empresa Auto Lances Leilões, responsável pelos serviços de guincho e pátio de veículos apreendidos na capital paraense. O caso ganha contornos ainda mais graves após a revelação de que um dos sócios da empresa é Clidean Ferreira Chaves, irmão de Cleidson Chaves, atual secretário municipal da Zeladoria e ex-chefe de gabinete de Normando.
CPI do Reboque: Oposição articula investigação
Diante da gravidade das denúncias, Ágatha Barra iniciou nesta terça-feira (10) a coleta de assinaturas para instaurar a CPI do Reboque na Câmara Municipal de Belém. A vereadora precisa de sete assinaturas para protocolar oficialmente o pedido. Até o momento, a oposição contabiliza seis vereadores.
“Tenho o apoio da bancada do PL, mas preciso da força dos demais vereadores e da população para barrar essa máfia“, declarou Ágatha.
Reações na Assembleia Legislativa e Congresso Nacional
O tema já extrapolou os limites da Câmara Municipal. O deputado estadual Rogério Barra (PL-PA) foi à tribuna da Alepa criticar duramente a gestão de Igor Normando:
“O Normando acabou com o Saúde Digital, com a Funbosque, com o Bora Belém, mas implantou essa máfia do reboque para acabar com a vida dos mais pobres“, afirmou o parlamentar, que ironizou o prefeito chamando-o de “Prefeito TikTok“, numa alusão ao estilo midiático de Normando nas redes sociais.
O deputado federal e presidente estadual do PL, Éder Mauro, também se manifestou:
“Determinei que a bancada do PL na Câmara protocole, com urgência, um pedido de CPI contra essa prática absurda de extorsão. Essa quadrilha precisa ser investigada“, disparou.
Acusações de tráfico de influência e conflito de interesses
Além da contratação sem licitação, a ligação direta entre a empresa contratada e familiares de membros do governo municipal levanta suspeitas de tráfico de influência, conflito de interesses e abuso de poder.
Populares também denunciam valores abusivos nas taxas de remoção e estadia dos veículos, o que agrava ainda mais o impacto social do caso.
“Enquanto o cidadão paga caro para reaver seu carro, a estrutura montada favorece aliados políticos do poder municipal“, afirmou Rogério Barra.
Ministério Público sob pressão
A oposição agora pressiona o Ministério Público do Estado do Pará (MPPA) a abrir investigação formal sobre o caso. Organizações da sociedade civil e cidadãos afetados também começam a se mobilizar.
A pergunta que ecoa nas ruas de Belém é direta: Até quando o cidadão vai pagar a conta de esquemas políticos?
Palavra da Prefeitura
Até o fechamento desta reportagem, a Prefeitura de Belém e o prefeito Igor Normando ainda não haviam se pronunciado oficialmente sobre as denúncias.